Criança sudanesa desnutrida é vista em
campo de refugiados de Yida, no Sudão do Sul
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Pouco a pouco, a insegurança alimentar vai recuando no mundo, segundo os últimos números da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), publicados na última terça-feira (1º). No período de 2011-2013, 842 milhões de pessoas sofreram de fome crônica, ou seja, 26 milhões a menos que entre 2010 e 2012. Desde o início dos anos 1990, o número de subnutridos caiu 17%.
Mas não há por que comemorar vitória. A mudança climática poderia apagar esses progressos. A elevação do nível dos oceanos, as secas e as enchentes estão modificando as condições da agricultura. Por isso é tão importante para os países e para a pesquisa agronômica ter um acesso mais amplo possível aos recursos genéticos vegetais do mundo a fim de poder desenvolver variedades adaptadas ao aquecimento global.
Foi nesse espírito que o tratado internacional sobre os recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura foi adotado em 2001. Ele entrou em vigor em 2007 e se baseia na noção de "bem comum" e instaura uma exceção à convenção sobre a biodiversidade, que privilegia a soberania nacional. Por falta de recursos e de vontade política, esse "tratado das plantas" está longe de dar os resultados esperados.
Os 129 países que ratificaram se reuniram entre 24 e 28 de setembro em Mascate (Omã) para tentar salvar o texto. Eles só conseguiram lhe dar uma extensão de dois anos, tempo de ver se é possível relançar essa mecânica emperrada.
O tratado prevê que os países-membros coloquem suas coleções de sementes em um banco comum de onde cada ator da pesquisa possa tirar para criar variedades melhoradas. Paralelamente, ele instaura um fundo para financiar projetos que tratem da conservação ou do uso sustentável dos recursos fitogenéticos.
Le Monde, Gilles van Kote, Em Mascate (Omã)
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