No coração do brasileiro, luz mais barata e bronca em banco
A redução da conta de luz em cerca de 20% neste ano entusiasmou os brasileiros na virada do terceiro para o quarto trimestre do ano passado. A novidade, rara inclusive pela dimensão do corte, não passou em branco. Foi registrada na pesquisa de opinião sobre o governo da presidente Dilma Rousseff realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Ibope em setembro do ano passado como um tema de destaque nos noticiários. Teve cartaz semelhante, na pesquisa de junho, o combate do governo Dilma às elevadas taxas de juros cobradas pelos bancos aos tomadores de crédito. O apreço da população por essas notícias faz sentido. Repercutem pra valer no orçamento das famílias. Interferem nas decisões de consumo.
As pesquisas de opinião pública a respeito do governo e da gestão da presidente sugerem elevada correlação entre as medidas tomadas no sentido de fortalecer o consumo e melhorar a distribuição de renda e a positiva e crescente avaliação positiva – tanto do governo quanto de Dilma.
O “prejuízo” na imagem do governo que poderia resultar de um abatimento menor no preço da conta de luz em função da escassez de energia – possibilidade afastada categoricamente ontem pelo governo – não chegou a ser estimado por analistas de mercado. Mas, segundo esses analistas, não deve ser desconsiderado. Até porque, explicam, no caso de revisão de cálculos sobre redução da conta de luz, a inflação tende a ficar mais pesada.
E, como uma coisa puxa a outra, na pior hipótese o Banco Central poderia ser forçado a também tirar a taxa Selic do atual nível recorde de baixa para algo superior, cenário em que todo mundo sairia perdedor: o governo, que prefere o juro o mais nanico possível, mesmo com inflação mais gorducha, e o brasileiro que subiu à classe média e conquistou espaço no mercado de crédito.
VALOR ECONÔMICO
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