quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Uso da capacidade da indústria desmotiva investimentos, diz FGV



SÃO PAULO - O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) subiu apenas 0,1 ponto percentual na passagem de novembro para dezembro, para 84,1%, feito o ajuste sazonal, mas mostra evolução um pouco mais significativa entre o terceiro e o quarto trimestres, período em que, na média, avançou de 83,9% para 84,1%.

Para Aloisio Campelo, superintendente adjunto de ciclos econômicos de FGV, a variação corrobora a análise de recuperação moderada e gradual no setor industrial, mas, com o atual nível de uso da capacidade produtiva, ainda não há grande necessidade de investimentos.

Com a maior estabilidade da economia brasileira observada desde 2003, disse Campelo, as empresas têm conseguido operar com um uso maior de sua capacidade instalada, e, por isso, o Nuci atual, mesmo acima da média histórica dos últimos cinco anos, de 83,6%, ainda é insuficiente para estimular aumentos expressivos da capacidade produtiva. “Claro que há segmentos um pouco acima dessa média, e outros um pouco abaixo, mas essa média teria que se aproximar mais de 84,5% para haver expansão um pouco mais forte do investimento”, disse.

Segundo Campelo, esse patamar de uso da capacidade produtiva deve ser alcançado ao longo de 2013, ano para o qual é esperada recuperação da atividade industrial, já que no último ano e meio a indústria investiu muito pouco e, nesse cenário, qualquer evolução positiva da produção leva à ocupação maior do Nuci.

“Ao longo do primeiro trimestre é factível que a capacidade instalada volte a apresentar tendência de alta, mas ela vai subir de acordo com as expectativas”. Caso as perspectivas sejam de crescimento forte da economia, afirmou Campelo, indústrias que dependem de investimentos com maior tempo de maturação vão voltar a investir, mesmo com alguma folga em sua capacidade produtiva.

(Arícia Martins/Valor)



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