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Para cada um dos 230 mil empregos diretos previstos haverá 12 indiretos
EVANDRO FLEXA JR.
Da Redação
Nos próximos seis anos, o Pará deve se tornar a maior província mineral brasileira e uma das maiores do mundo. Os investimentos previstos para os projetos minerais em território paraense, até 2018, baterão a casa dos US$ 41,3 bilhões. Pelo menos 13 grandes projetos já começaram a sair do papel no Estado, sendo que, ao alcançar a fase de exploração, devem gerar aproximadamente 230 mil empregos diretos. Este número é 53% maior do que o total de vagas hoje ocupadas pela mão de obra do setor, que não passa de 150 mil oportunidades de trabalho. E para cada emprego direto, pelo menos mais doze indiretos são criados, estes nas áreas de comércio e serviços, atendendo a crescente demanda gerada no entorno destes grandes projetos minerais. Segundo apontam especialistas, a mineração vai permanecer sustentando a economia paraense, no mínimo, pelos próximos 60 anos. A preocupação, entretanto, é com o depois que a fonte secar.
De acordo com o geólogo paraense Alberto Rogério Benedito da Silva, autor do livro "A Indústria Mineral no Pará", quando se pensa em projeto de mineração a primeira coisa a ser idealizada é como ficará o local da exploração após a mina fechar. "O minério é uma obra da natureza. Cabe ao geólogo e à empresa mineradora chegar até ele. Porém, o projeto é de responsabilidade de um conjunto de entes, que jamais pode esquecer-se de garantir um retorno à sociedade", afirma, enfatizando que esta é a premissa de número 1 das exploradoras. Em sua obra, Rogério mostra como as empresas de mineração se comportaram ante a globalização e suas principais fusões no mercado, investimentos, PIB mineral e carga tributária. Segundo ele, no prazo máximo de três anos, a indústria mineral do Pará deve competir igualitariamente com as da Indonésia, da África do Sul, da Austrália, da China e da Índia, países experientes na produção e exploração de minérios.
Entre os principais projetos de exploração mineral no Pará está o S11D, da Vale, no município de Canaã dos Carajás, que deve produzir 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A Vale também vai implantar em Canaã dos Carajás o projeto Níquel Vermelho, com produção de 45 mil toneladas/ano de níquel. Ao todo, o investimento chegará a US$ 14 milhões. A Anglo American vai investir US$ 4,3 milhões em São Félix do Xingu, para produzir 90 mil toneladas de níquel ao ano. Os projetos Cristalino, em Curionópolis; Salobo, em Marabá; 118, em Canaã dos Carajás; e Alemão, em Parauapebas, deverão produzir 550 mil toneladas/ano de cobre. A produção de 50 mil toneladas de cobre ao ano em Tucumã, a partir do projeto da empresa Caraíba, deve investir no município US$ 275 milhões. Já em Juruti deverão ser produzidos de quatro a seis milhões de toneladas de bauxita ao ano, com um investimento de US$ 300 milhões. A produção de ouro também será intensificada no Pará, nos próximos seis anos.
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