O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, uma das principais lideranças do DEM, se reuniu há alguns dias com o ex-deputado Moreira Franco (PMDB-RJ), homem de confiança do presidente nacional da sigla e candidato a vice na chapa da presidenciável Dilma Rousseff, Michel Temer.
No encontro , foi discutida a fusão entre as duas siglas. Fontes do DEM, conforme anunciou nesta terça-feira (26) a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, querem com a fusão “formar o maior partido do Congresso Nacional para se contrapor ao PT".
No Espírito Santo, caso a união se consolide, demistas e peemedebistas passariam a ter um terço da Assembleia Legislativa, com 10 deputados. Hoje, com a saída de Nilton Baiano (PP) e a entrada de Solange Lube, o PMDB se igualou em número de deputados ao DEM, que também fez cinco parlamentares. Uma possível união entre os dois partidos deixaria o governador eleito Renato Casagrande (PSB) refém da fusão DEM/PMDB.
Casagrande teria muito mais trabalho para costurar apoios na Assembleia. O novo governador teria também que entregar alguns bons cargos do seu governo a demistas e peemedebistas, contrariando sua posição inicial de não leiloar cargos por imposição política, e sim por mérito técnico.
Se para Casagrande a fusão seria desastrosa, de outro lado, quem festejaria muito a união seria o governador Paulo Hartung (PMDB). Nesse novo contexto, Hartung teria chances de ampliar sua influência no governo de Casagrande, manipulando mais à vontade os passos dos parlamentares e, consequentemente, assegurando uma parcela mais generosa de poder dentro do novo governo. O flerte entre DEM e PMDB, pelo histórico dos dois partidos, não parece nada platônico. Kassab aposta que a fusão poderia ser benéfica para os dois partidos em qualquer cenário, seja com Serra ou Dilma.
O prefeito paulista sabe que a fusão garantiria a maior bancada da Câmara dos Deputados aos dois partidos. Caso José Serra (PSDB) vença a eleição no próximo domingo (31), as lideranças do DEM trabalhariam para arrastar o PMDB para debaixo da asa do tucano, assegurando a governabilidade do novo presidente. Se Dilma se sagrar vitoriosa, os demistas manteriam a posição de "independência" em relação ao governo federal, aumentando o poder de barganha da nova bancada.
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