O secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, Yvo de Boer, disse na segunda-feira (7), na cerimônia de inauguração da cúpula da ONU sobre mudança climática (COP15), que só será possível falar de êxito se forem definidas "ações significativas e imediatas que entrem em vigor no dia seguinte do encerramento".
De Boer lembrou que a contagem regressiva começou e que é hora de dar respostas, por isso pediu aos delegados dos 192 países reunidos na cúpula de Copenhague, que será realizada até o dia 18, um "bolo de Natal" formado por três camadas.
Em primeiro lugar, será preciso pactuar a implementação de ações imediatas de mitigação, adaptação, financiamento e tecnologia; depois, garantir o financiamento a longo prazo e, por último, uma visão compartilhada sobre um futuro de baixas emissões de CO2 para todos.
O acordo deve ser construído "tijolo a tijolo" e "de baixo para cima", afirmou De Boer, já que essa é a única maneira de garantir o êxito em Copenhague.
Hora da ação - "Acabou o tempo de reiterar posições e de declarações, é preciso ação real", disse.
A presidente da cúpula, Connie Hedegaard, disse que é "o momento de atuar".
"Sei que há muitos obstáculos. Mas depende de nós, dos que estão nesta sala. E é factível", afirmou.
"Nem a ciência foi nunca tão clara, nem as soluções tão abundantes, nem a vontade política tão forte", disse Hedegaard, que acrescentou que "passarão anos" até que se volte a dar uma conjunção de fatores como essa, se é que chegará a ocorrer.
"Chegou o momento de dar ao mundo o rumo correto, enquanto ainda estamos a tempo", afirmou.
Críticas a abusos de teimosos - O presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, em inglês), Rajendra Pachauri criticou hoje, em Copenhague, os que "recorrem a ações ilegais" para desacreditar os "trabalhos contrastados" dos cientistas que expõem as consequências da mudança climática.
Pachauri se referiu, assim, à demissão de um cientista da Universidade de East Anglia (Reino Unido), investigado pela suposta manipulação de dados sobre a mudança climática, depois que um "hacker" teve acesso a seu e-mail.
"Alguns têm inconvenientes em aceitar a inevitabilidade da mudança climática", afirmou Pachauri, que insistiu na "conduta impecável" dos organismos "independentes" que reúnem dados para os relatórios do IPCC. (Fonte: Folha Online)
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