Louçã quer "esquerda grande" anti-capitalista.
O coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, encerrou este domingo a VI Convenção Nacional do BE a pedir a constituição de "uma grande esquerda" para garantir políticas anti-capitalistas, socialistas.
Numa intervenção em que apontou como meta o crescimento do Bloco de Esquerda em todas as eleições de 2009, Louçã defendeu:' O Bloco de Esquerda quer uma esquerda grande capaz para combater os inimigos e a exploração. Tem que ser anti-capitalista e só pode ser socialista. Grande pela representação dos mais explorados, dos trabalhadores'.
Para Louçã, 'o poder económico é a razão da crise' e a hora 'é de trabalho'. Por isso, no 'longo caminho' que há a percorrer para o BE, ficou a garantia de um programa de Governo para as eleições Legislativas, o pedido de 'cartão vermelho' nas Europeias contra o PS e o reforço autárquico com a possibilidade de apoiar movimentos de cidadãos.
Uma hora antes, Pedro Soares, coordenador autárquico de BE, já tinha assegurado uma candidatura alternativa para a Câmara de Lisboa, sem acordo algum com os socialistas. Helena Roseta também não fará parte, em princípio, dos planos bloquistas, ainda que o seu nome não tenha sido referido uma única vez na Convenção.
Já quanto às eleições presidenciais e à polémica sobre as condições de apoio a uma candidatura de Manuel Alegre, Louçã avisou: a Convenção não aprovou ou discutiu nomes. Ou seja, ficou-se pelos princípios, porque o Bloco de Esquerda apoiará um candidato que apresente uma visão para o País que dê resposta a crise económica, à crise social e seja contra o novo Código do Trabalho e as desigualdades.
Em nenhum momento, Louçã pronunciou o nome de Manuel Alegre, isto depois de ter afirmado, sábado, que não pretendia condicionar candidatos. Preferia, antes, uma 'vaga de fundo'.
'Não nos falem de cenários porque nós é que escolhemos os cenários', declarou Louçã, depois de, na Convenção, terem sido várias as vozes a colocar o afastamento de Alegre do PS como condição para um apoio a uma candidatura presidencial.
Louçã dedicou ainda boa parte do seu discurso no ataque 'à ganância' e à urgência de medidas para crise. Impostos sobre as grandes fortunas para financiar a segurança social, caminhar para as 35 horas semanais de trabalho, aumentar o Salário Mínimo Nacional e as pensões, foram algumas das medidas enunciadas. Prometeu ainda que o BE fará uma forte contestação aos 450 milhões de euros para o BPP: 'Nem um cêntimo do contribuintes para proteger fortunas', declarou, atacando também a nacionalização do BPN. 'A elite do PSD arrombou um banco, o Governo PS paga a factura', sintetizou.
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