quarta-feira, 19 de agosto de 2009

PARÁ - Pancadaria na Câmara Municipal de Belém



A Câmara Municipal de Belém (CMB) mais parecia um ringue de luta na tarde de ontem. A sessão especial que deveria tratar da possível privatização do serviço de abastecimento de água e esgoto de Belém foi encerrada pelo presidente da CMB, Walter Arbage, em função do tumulto que tomou conta da Casa.

De um lado, os que são contra a privatização. Do outro, partidários do prefeito de Belém, Duciomar Costa, que se alteraram durante o discurso do presidente da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), Eduardo Ribeiro.

Ele ocupava a tribuna, onde relatava o atual serviço prestado pela Companhia, dizendo-se contrário à privatização, quando foi interrompido por um grupo que gritava ordenando que o presidente “calasse a boca ou falasse apenas a respeito da pauta em questão”. Neste momento, funcionários da Companhia saíram em defesa de Ribeiro. Os grupos partiram para a agressão física transformando a já tumultuada sessão em um cenário de guerra.

Sem medir palavras, situação e oposição partiram para as ‘vias de fato’, em uma sessão de socos e cadeiradas. Homens caíam no chão e eram pisoteados, cadeiras eram jogadas para o alto, algumas mulheres gritavam, outras corriam para tentar se defender, mesmo com pedidos dos vereadores para que a ordem fosse mantida no local.

CONFUSÃO

Apenas três funcionários da CMB tentavam impedir a confusão, com o apoio de alguns guardas municipais. Passados os minutos de confusão, a sessão retomou as discussões quando novo tumulto teve início. Mesmo diante dos pedidos exaustivos dos vereadores para que os ânimos fossem controlados, os grupos voltaram a se agredir. A Polícia Militar e a tropa de choque foram acionadas, mas não precisaram intervir.

Às 16h30, a sessão foi encerrada pela presidência da Casa, que não informou uma nova data para outro debate. Segundo o vereador Marquinho do PT, a confusão foi mais uma manobra política da atual administração municipal para impedir que o assunto da privatização fosse discutido seriamente. “Não vamos deixar que estas pessoas passem por cima de um direito de todos nós. A água é um bem público e não deve ser tratada como interesse de um grupo”, falou o vereador.

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