terça-feira, 2 de junho de 2015

Romário: apoio de Pelé a Blatter é ‘vergonhoso’

O senador Romário (PSB-RJ) considerou “vergonhoso” o apoio de Pelé à quinta reeleição de Joseph Blatter para o posto de presidente da Fifa. Em viagem a Cuba, Pelé definiu como “perfeito” o triunfo de Blatter. Por quê? “Era preciso porque é melhor ter gente com experiência.'' E Romário: “O que o Pelé tinha de gênio, de inteligente, pelo que vejo, ele perdeu a partir do momento que encerrou a carreira.”




Em conversa com o blog, Romário disse que continua atual um antigo comentário que fez sobre o mesmo personagem: “O Pelé calado é um poeta. A frase, infelizmente, tem que ser repetida. Não tem outro jeito. Essa manifestação é mais uma entre tantas.”

“Eu respeito o Pelé, não quero fazer nenhuma declaração que desmereça o que ele representa para a gente. Mas ele, nos últimos três ou quatro anos, tem sido para mim uma decepção muito grande. Você tem o direito de fazer as suas colocações. Mas, cara, o Pelé não pode estar de acordo com o quinto mandato de um presidente como o Blatter. Está mais do que nunca demostrado que a Fifa é corrupta.”

Romário prosseguiu: “A investigação ainda não acabou. Muitas coisas vão acontecer. Pode ocorrer inclusive a prisão do Blatter. Eu pergunto: amanhã, o que o Pelé vai dizer?. O cara não pode elogiar a experiência do Blatter diante de tudo isso que está acontecendo. Estou há quatro anos e meio na política. Nunca vou querer ter na minha vida essa experiência que eles têm na Fifa e que outros políticos também têm —experiência para fazer o mal, fazer sacanagem. Isso não é experiência boa para ninguém!”

Na opinião de Romário, Pelé corre o risco de ser mal interpretado. “Não estou dizendo que é isso o que acontece, mas quem está de fora acaba pensando o seguinte: Pô, esse cara com certeza tem alguma parade com a Fifa. É assim que é. Ninguém fala isso por falar —99,9% das pessoas estão contra o que acontece na Fifa. O Pelé não pode ser o único a favor. Ele não tem argumento. Dizer que o Blatter é experiente! Experiência como essa não serve para ninguém.”

Ao longo da conversa, Romário utilizou quatro adjetivos para classificar a manifestação de Pelé: “Foi uma afirmação (1) lamentável e (2) triste. Sobretudo vindo do do jogador do século”, disse de saída. “Tenho notado que opiniões (3) catastróficas como essa têm reduzido a importância que as pessoas dão às coisas que o Pelé fala. O Pelé não pode mais entrar nessas bolas divididas”, acrescentou mais adiante. Súbito, Romário soou como se tivesse encontrado o adjetivo que melhor resume sua opinião: “É (4) vergonhoso, a palavra é essa.”

quinta-feira, 28 de maio de 2015

PIADA PRONTA: PF tentará identificar possíveis crimes cometidos no Brasil, diz Cardozo


O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira (28) que a Polícia Federal analisa os fatos investigados pela Procuradoria americana sobre o esquema de corrupção na Fifa para identificar onde há indícios de crimes cometidos por dirigentes esportivos que possam ser tipificados na legislação brasileira.

"Só podemos investigar delitos que sejam tipificados pela legislação brasileira. Se neste caso houver, a Polícia Federal abrirá um inquérito e fará uma investigação rigorosa em relação a isso", afirmou.

Segundo Cardozo, o Brasil já recebeu uma solicitação de cooperação internacional para que o país auxiliasse nas investigações. O caso está a cargo da PF.




AINDA SOLTO, NO BRASIL NUNCA SERIA PRESO!


O Departamento de Justiça americano já havia afirmado na quarta quepediria a colaboração das autoridades brasileiras. O procurador Kelly Currie afirmou que a Justiça americana também vai compartilhar informações com os brasileiros para que possam, caso desejem, iniciar suas próprias investigações.

Nesta quarta (27), a polícia suíça, em colaboração com autoridades dos EUA,prendeu o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira do Futebol) José Maria Marin e outros seis dirigentes da Fifa por suspeita de fazerem parte do esquema. Um oitavo suspeito, o ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner, se entregou em Trinidad e Tobago.

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, a maior parte do esquema envolvia subornos e propinas entre dirigentes da Fifa e executivos do setor na comercialização de jogos e direitos de marketing de campeonatos como eliminatórias da Copa do Mundo na América do Norte, a Concacaf, a Copa América, a Libertadores e a Copa do Brasil -esta última, organizada pela CBF.

As investigações indicam que Marin dividiu propinas recebidas pela exploração comercial da Copa do Brasil (torneio disputado desde 1989 e disputado pelos principais clubes do país) com Ricardo Teixeira (também ex-vice da CBF) e Marco Polo Del Nero (atual presidente da CBF). A confederação não se pronunciou.

O ministro do Esporte, George Hilton, disse que o governo brasileiro vai "acompanhar cada passo" de investigação.

Cardozo disse ainda que irá procurar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal analisem juntos o caso.

"A cooperação do Brasil será feita, e em havendo indício de práticas ilícitas perante a legislação brasileira e de órbita federal, agiremos com rigor. É interesse do Brasil que tudo se esclareça", disse.



AGUARDO

O titular do Esporte, no entanto, ponderou que é preciso "aguardar" o desenrolar da apuração e afirmou que não é possível iniciar, por conta própria, uma investigação sobre as denúncias.

"A nossa legislação não nos permite isso [investigação], são entidades privadas. O que o governo vai fazer é, a partir dos esclarecimentos, se posicionar e exigir que se faça o cumprimento do que determina nossa Justiça", afirmou após participar de comissão geral no plenário da Câmara dos Deputados.

O ministro aproveitou para pedir o apoio dos congressistas na aprovação de medida provisória que refinancia as dívidas fiscais dos clubes e impõe contrapartidas a eles.

"Entendemos que é bom neste momento [a investigação na Fifa], não pelo fato em si, mas porque temos aqui na Casa uma proposta - e peço o apoio a todos os nobres colegas - que busca justamente modernizar o nosso futebol, para que a gente possa ter práticas de boa gestão no nosso futebol", disse.

Questionado por jornalistas se o governo apoia a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a CBF, Hilton se limitou a dizer que o Congresso "tem essa prerrogativa". Na quarta, o senador Romário (PSB-RJ) protocolou requerimento solicitando a criação do grupo.

"O que a gente quer é que as coisas se esclareçam. O governo respeita a independência dos Poderes e se o Parlamento assim entender, temos que respeitar", afirmou.