terça-feira, 8 de abril de 2014

Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração, SEICOM Lança o Plano de Mineração do Estado

Secretária de Estado de Indústria, Comércio e Mineração, Maria Amélia Enríquez, defende que a população conheça as oportunidades e possibilidades da atividade mineradora no Pará






O governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção (Sedip) e Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom) promove no próximo dia 14 de abril, às 19h, no Espaço São José Liberto, em Belém, com a presença do governador Simão Jatene, o lançamento do Plano de Mineração do Estado 2030 (PME).


O PME 2030 é o primeiro a ser elaborado no país. E traça um perfil do setor mineral do Pará, propõe diretrizes, sugere políticas públicas, estratégicas de governança, bem como objetivos e ações. O documento parte do reconhecimento das potencialidades e das oportunidades que tem uma economia de base mineral. Ele se volta à melhoria das condições econômicas, sociais e ambientais da população do Estado envolvida direta ou indiretamente com esta atividade.


Elaborado por técnicos da Seicom, com apoio de especialistas e atores envolvidos no setor mineral e, principalmente, a partir de um amplo processo participativo que contou com mais de mil pessoas, o PEM 2030 foi construído ao longo de dois anos, e teve 13 oficinas temáticas realizadas em vários municípios com o objetivo de receber contribuições às políticas para o setor. “Essas oficinas foram realizadas na capital e nas principais cidades mineradoras do estado. Trouxemos especialistas de outras regiões, ouvimos as empresas, o setor público, as lideranças políticas, sindicais e organizações da cadeia econômica”, explica a secretária Maria Amélia Enríquez, doutora em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UNB).


Para entender a dimensão do impacto da atividade no estado e de sua importância para o país, basta atentar que estado do Pará abrange 14,6% do território nacional, abriga 4% da população brasileira, e é o segundo maior estado minerador do Brasil, com prospecção de superar Minas Gerais que ainda ocupa o 1° lugar no ranking mineral.


Entre 1980 a 2013, a exportação de metais e minerais gerou ao país divisas da ordem de 165 bilhões de dólares. O peso da indústria mineral no PIB do Pará é de 26,3%, sendo que 23,5% deve-se à indústria extrativa e 2,9% à indústria de transformação. Muito embora seja pequena a participação nos empregos diretos, em torno 3,3%, dos quais 1,5% na indústria extrativa e 1,8% na de transformação, os empregos totais gerados a partir dos investimentos em mineração se multiplicam por quatro quando são considerados os empregos indiretos, os induzidos e os da infraestrutura de apoio.


Mesmo assim isso é pouco para o que se pode esperar de atividade tão lucrativa. “Precisamos converter esse potencial mineral fantástico em meio efetivo para reduzir o ainda elevado índice de pobreza do Pará, pois eu acredito que a maior riqueza deste Estado é a sua gente. Mas não devemos esquecer que, tão ou mais desafiador, é superar as desigualdades, que estão na origem de grande parte dos problemas sociais que enfrentamos no dia a dia”, afirma o governador Simão Jatene no texto de apresentação do documento de 192 páginas que será entregue à sociedade.


Os dados são suficientes para afirmar que o setor mineral tem o potencial de contribuir decisivamente para o desenvolvimento local e regional, constituindo-se em uma plataforma de oportunidades para alavancar ações estratégicas, desde que haja compreensão mínima sobre os complexos temas do setor.


Estes desafios começam pela problemática da desoneração de ICMS das exportações minerais do Estado. Simão Jatene observa que “há vinte anos exportávamos por volta de um bilhão de dólares em minérios e metais e estes bens contribuíam com 16% do ICMS do Estado, hoje, exportamos 13,8 bilhões de dólares desses mesmos bens e a contribuição declinou para 3%”.


A questão, delicada ao estado, levou o governador no ano passado a ingressar na justiça pedindo compensação por essas perdas de arrecadação que estão estimadas em 20 bilhões de reais, o equivalente ao orçamento anual do Estado. Para Jatene, o prejuízo do estado com a desoneração tem sido negligenciado pelo governo federal, que, a despeito das políticas públicas para o setor, também não acelera a votação do novo marco regulatório da mineração, que está em trâmite no Congresso Nacional desde julho de 2013. Uma das principais questões em relação a essa legislação é exatamente o aumento dos royalties da extração mineral.


O segundo e concomitante desafio é saber como lidar com os recursos financeiros provenientes do setor. O atual modelo faz com que os recursos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) beneficiem apenas o município onde se encontra a frente de lavra, o que pode gerar distorções em relação ao entorno não minerador. É o caso de Parauapebas, por exemplo, onde está situada a maior reserva de ferro do País: Carajás. Enquanto a cidade cresce, o entorno incha, a pobreza aumenta e a atual legislação cria empecilhos para o compartilhamento dos recursos provocando grandes desafios para a gestão pública. As soluções seriam políticas públicas conjugadas que envolvessem um consórcio de municípios para construir um território de base mineral mais ordenado e com vista a ser independente em relação à atividade mineradora. Essa é uma das questões suscitadas pelo plano.


“A governança é fundamental para o bom aproveitamento desses recursos. Mas para que haja boa governança é preciso elevar o nível de educação de forma ampla, além de expandir o conhecimento específico sobre o setor. Hoje, infelizmente o nosso povo sabe muito pouco sobre mineração, ainda não nos apropriamos devidamente dessa atividade. Portanto, não conseguimos perceber as oportunidades que gera. Assim, o Plano vem com esse objetivo, entre outros, para preencher parte dessa lacuna”, observa a secretária Maria Amélia.


Fundamental para a viabilização do PEM foi a medida adotada pelo Governo do Pará de recriar a Seicom no final de 2011, por meio da Lei Estadual nº 7.570, de 22/11, com a missão de impulsionar os setores produtivos do Estado, de forma sustentável e, em particular, estabelecer as políticas públicas para o setor mineral. “Já convivemos com a mineração de larga escala há mais de três décadas e esta experiência demonstra que para se avançar de forma decisiva na agregação de valor aos minérios, potencializar benefícios e reduzir externalidades negativas é necessária a ‘mão visível’ das políticas públicas para apontar caminhos e alternativas”, afirma Jatene, defendendo a regulação do setor pelo poder público.


No cumprimento de sua missão, a Seicom iniciou, em fevereiro de 2012, uma série de atividades, por meio de Convênio celebrado com a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM) do Ministério de Minas e Energia, envolvendo estudos, relatórios técnicos, oficinas temáticas e reuniões de trabalho, entre outros, que culminaram na elaboração do PME, com foco no longo prazo – PME 2030.


“É preciso destacar que o Plano considera o setor mineral em todas as etapas, desde a pesquisa e a prospecção até a extração, beneficiamento e transformação mineral. Traz uma visão realista do presente e diretrizes claras sobre o futuro a partir desse potencial mineral. É, portanto, uma ferramenta estratégica para que possamos de fato cumprir o que está disposto no artigo 245 da Constituição Estadual, principalmente no que diz respeito à internalização dos efeitos positivos gerados pela exploração dos recursos minerais e hídricos do Estado”, enfatiza o secretário especial de produção David Leal, atual secretário Especial da Sedip e que durante a elaboração do Plano assumia a Seicom , onde a nova secretária de estado da Seicom, Maria Amélia, colaborava como adjunta.


Dessa forma, o setor mineral do Pará, entendido como um conjunto de atividades que abrange desde a prospecção (pesquisa mineral), a lavra (extração mineral), o beneficiamento, até à transformação mineral com a elaboração de produtos finais, passa a contar com uma importante ferramenta de planejamento que indica diretrizes, estratégias e ações definidas pelo Governo do Pará, para nortear os programas necessários ao desenvolvimento do Estado, a partir de sua plataforma mineral.


Assim, o principal objetivo do PME-2030 é servir de instrumento de planejamento para a gestão dos recursos minerais, com base no uso sustentável e na agregação de valor aos minérios e ao território, a fim de promover a competitividade e combater à pobreza e à desigualdade no Pará, por intermédio da geração de emprego, renda e multiplicação de oportunidades.






SEICOM/PA

sábado, 5 de abril de 2014

Pré-candidato ao governo do Rio, Lindbergh Farias (PT-RJ)


A conferir. 


Estamos vivendo um ano de chantagens do PMDB, mas, na hora certa, Lula e Dilma seguraram e garantiram a minha candidatura



Com pessimismo econômico, Dilma perde seis pontos, aponta Data Folha






SÃO PAULO - (Atualizada às 17h20) A presidente Dilma Rousseff perdeu pontos na mais recente pesquisa de intenção de voto para a eleição presidencial feita pelo instituto Datafolha. No entanto, ela continua sendo a pré-candidata com melhor desempenho entre os que se declararam interessados em concorrer. Ela só precisaria disputar um segundo turno no cenário em que Marina Silva fosse sua adversária.

De acordo com a pesquisa, divulgada na página do jornal Folha de S.Paulo na internet, em uma simulação com os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) e considerando partidos nanicos, as intenções de voto na atual presidente caíram para 38% no levantamento realizado entre 2 e 3 de abril. Na rodada anterior, de 19 e 20 de fevereiro, Dilma somava 44% no mesmo cenário.

Apesar disso, ela seria reeleita em primeiro turno. Segundo o Datafolha, seus adversários não cresceram. Aécio se manteve com 16% das intenções de voto e Campos subiu dentro da margem de erro da pesquisa (2 pontos percentuais), indo de 9% para 10%. Os candidatos de partidos nanicos somaram 6% das intenções.

O Datafolha também testou uma opção sem os partidos pequenos. Nesse cenário, a intenção de voto em Dilma diminuiu de 47% para 43%; Aécio foi de 17% para 18% e Eduardo Campos, de 12% para 14%.

Uma terceira opção troca Campos por Marina Silva (atual candidata a vice em sua chapa). Nessa simulação, Dilma caiu de 43% para 39% e Marina subiu de 23% para 27% entre as pesquisas de fevereiro e de abril. Nas três opções desenhadas pelo Datafolha com a candidatura de Dilma Rousseff, essa é a única que iria a segundo turno de eleição.

A presidente registrou o melhor desempenho na região Nordeste, onde recebeu 54% das intenções de voto. Seu ponto fraco é a fatia da população brasileira com renda familiar superior a 10 salários mínimos, na qual tem apenas 20% das preferências.

Já Aécio Neves está mais bem cotado pelo estrato mais rico do eleitorado, pois tem 34% das intenções de voto dos eleitores com renda familiar de mais de 10 salários mínimos. O tucano permanece com baixa penetração no Nordeste, onde angariou somente 7% das preferências. Eduardo Campos tem contra si a menor popularidade em nível nacional dos três candidatos. Dos consultados pelo Datafolha, 42% disseram não conhecer o ex-governador de Pernambuco. Apenas 1% não conhece Dilma Rousseff e 25% não sabem quem é Aécio Neves.

O Datafolha também pesquisou o grau de rejeição que o eleitorado tem em relação aos atuais pré-candidatos. Dilma, Aécio e Campos ficaram com o mesmo percentual, de 33% de rejeição. Marina Silva teve 21% e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve 19%.

Mudanças

Segundo a Folha de S. Paulo, a deterioração das expectativas com inflação e emprego, e um desejo de mudanças podem explicar a queda da preferência do eleitorado por Dilma Rousseff. Pelo resultado da pesquisa de abril do Datafolha, 63% dos brasileiros acham que as realizações de Dilma estão aquém do que esperavam. Além disso, 72% dos 2.637 entrevistados disseram que querem que as ações do próximo presidente sejam diferentes das de Dilma.

Questionados sobre qual dos candidatos listados seria o mais preparado para fazer essas mudanças, 32% dos consultados apontaram Lula, e 17%, Marina Silva. A própria Dilma foi citada por 16%, índice maior do que os atuais candidatos da oposição. Aécio foi apontado por 13% e Eduardo Campos, por 7%.


quinta-feira, 3 de abril de 2014

Brasil tem reservas elevadas, mas posição macro complicada, diz IIF



WASHINGTON - A piora das condições financeiras globais encontra o Brasil com um balanço externo forte e reservas internacionais significativas, mas também com uma posição macroeconômica complicada, diz o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), em relatório divulgado nesta quinta-feira.
Segundo o IIF, a inflação elevada limitou a perspectiva de o país confiar na desvalorização do câmbio para absorver choques, levando a um aperto pró-cíclico da política monetária. 

Mesmo com o ciclo de aumento da taxa Selic, que ontem foi elevada de 10,75% para 11% ao ano, a inflação continua teimosamente alta, podendo subir mais nos próximos meses, devido aos riscos de escassez derivados de uma seca prolongada, diz o IIF. 

Para a instituição, o ciclo de aperto monetário deve terminar com a elevação feita ontem, devido à expectativa de que os aumentos já promovidos vão afetar a dinâmica da inflação com defasagem. “Nós acreditamos, porém, que o aperto monetário terá que ser retomado no quarto trimestre, levando a Selic para pelo menos 12,25% no fim de 2015”, afirma o IIF.

Ao comentar a política monetária nos países emergentes, o IIF coloca o Brasil entre os países que começaram o processo de elevação dos juros mais cedo, ao lado de Índia e Indonésia. Para a instituição, isso os ajudou a manter a creibilidade da política e estabilizar o câmbio, apesar das condições mais difíceis de financiamento para esses países.

Outras economias adiaram o processo, mas tiveram que aumentar os juros com força em janeiro, depois de fortes depreciações do câmbio, como a Turquia. As reservas brasileiras elevadas são um trunfo importante, por permitir que o país forneça liquidez em dólar, caso seja necessário. 

Segundo a instituição, o mix de políticas desequilibrado e as reformas limitadas têm pesado no cres cimento brasileiro. Ao divulgar novas previsões para a economia global, o IIF elevou ligeiramente as projeções para a expan são do Brasil. Em 2014, a previsão subiu de 1,4% para 1,6% e para 2015, de 2,1% para 2,2%.




Por Sergio Lamucci | Valor