segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A privatização "politicamente correta"


O harakiri de Dilma

Suely Caldas, O Estado de S.Paulo

No dia em que o campo gigante de Libra foi vendido para a Petrobrás e quatro empresas estrangeiras, a presidente Dilma Rousseff foi à TV comemorar o sucesso do leilão e garantir que seu governo não privatizou o petróleo do pré-sal.

Shell, Total, CNPC, CNOOC e Petrobras formaram consórcio vencedor. 
Foto: Fernando Frazão / ABr
Ora, então por que leiloou? Por que despachou equipes para a Europa, EUA e China com a missão de "vender" o petróleo do pré-sal como um bom negócio? Por que a tristeza e a decepção de seu governo quando as gigantes Chevron, British Petroleum e Exxon Mobil desistiram da licitação?

Por que a alegria e o alívio quando a francesa Total e a anglo-holandesa Shell aderiram ao consórcio vencedor? Por que negar algo tão simples e óbvio?

A resposta veio de um ex-tucano (hoje aliado querido de Dilma), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes: "O discurso antiprivatista ainda resiste no Brasil de 2013, quando a gente vê pessoas fazendo questão de dizer que não estão privatizando ou negociando com o setor privado", afirmou ele na manhã seguinte ao discurso da aliada, misturando espanto, lamento e decepção.

Afinal, em mais de 20 anos a privatização já deu provas e provas de que mais enriquece a população do que empobrece o patrimônio público. Privatização e autonomia do Banco Central nasceram liberais e tornaram-se políticas universais.

Mas com espantosa insistência ela ainda é atacada, por oportunismo político de quem usa o argumento do falso nacionalismo para impressionar e comover os brios do sincero patriotismo dos brasileiros. Pura enganação.

O que os políticos defendem são seus interesses e privilégios, temem o desmanche de uma parcela do Estado que sempre usaram para trocar favores, comprar aliados, fazer caixa para suas campanhas eleitorais. Só alguns exemplos: os bancos estaduais, as elétricas estaduais, as siderúrgicas federais, a Rede Ferroviária Federal (a Valec pode seguir caminho igual) e muitas outras. Felizmente privatizadas.

A Vale privada ganhou em qualidade de gestão e passou a arrecadar para o Estado mais dinheiro em impostos do que em dividendos quando era estatal.

Não parece o caso da presidente Dilma. O combustível que a move é ideológico, mas de uma forma tão confusa e atrapalhada - porque contraditória (afinal, ela precisa do capital privado) - que mais tem prejudicado sua gestão do que satisfeito seu preconceito.

No leilão de Libra a presença de petroleiros nas ruas denunciando-a por ter "traído" o compromisso de não privatizar o pré-sal levou Dilma a recuar aos anos 70 e ignorar que aqueles ideais desmoronaram junto com o Muro de Berlim, e foi à telinha da TV responder, negar a "traição" e a privatização que seu governo acabara de fazer.

Seu argumento: não seria privatização porque 85% da renda de Libra irá para a Petrobrás e a União. Principal idealizadora do modelo de exploração do pré-sal, logo após o leilão Dilma repetiu duas vezes que não vai alterar nada, mesmo com Libra - o filé do filé do pré-sal - tendo atraído um único consórcio e vendido a maior reserva de petróleo do mundo pelo preço mínimo, sem nenhuma disputa.

Para garantir 85% da renda para o Estado não precisaria criar mais gasto público com uma nova estatal (a PPSA, que vai administrar o pré-sal) nem sacrificar a Petrobrás com a obrigatoriedade de bancar 30% de todos os poços, tampouco afastar o investidor desconfiado com frequentes interferências políticas do governo em estatais.

Para isso bastaria elevar taxas e impostos para valores equivalentes, manter o regime de partilha, mas tirar da Petrobrás o peso maior pelos investimentos. O efeito de gerar riqueza para aplicar na área social seria o mesmo.

Dilma precisa do capital privado para seu programa de investimentos em portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, energia e petróleo. Se hoje a crise de confiança entre seu governo e empresários tem causado graves prejuízos e inibido investimentos, o que esperar de um discurso escancaradamente antiprivatista da própria presidente, levado a público em rede nacional de TV?

São Paulo. O veneno vai no começo do mandato

89% são contra alta do IPTU em São Paulo, diz Datafolha. 

64% desaprovam o reajuste do imposto ainda que seja usado como forma de manter a tarifa de ônibus congelada


Aumento foi aprovado na última semana na Câmara Municipal; pesquisa ouviu 690 pessoas na sexta-feira

FOLHA DE SÃO PAULO

Nove em cada dez moradores da cidade de São Paulo são contrários ao aumento do IPTU aprovado na quinta-feira na Câmara Municipal a partir de proposta do prefeito Fernando Haddad (PT).

É o que mostra pesquisa Datafolha feita na sexta-feira com 690 pessoas.

A pergunta aplicada no questionário foi: "Você é a favor ou contra o aumento do IPTU entre 18% e 24% na cidade de São Paulo?".

A votação na Câmara Municipal fixou o aumento do imposto para residências em até 20% e em até 35% para os demais tipos de imóveis.

A margem de erro máxima da pesquisa é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra.

Metade dos entrevistados (52%) declararam pagar IPTU, contra 40% que disseram viver em imóveis isentos da cobrança. Não souberam responder se pagam ou não 8%.

Apenas 5% dos entrevistados mostraram-se favoráveis ao aumento, considerado maior do que o necessário por 83% dos entrevistados.

ÔNIBUS CONGELADOS

Os 5% que aprovaram o aumento do imposto, entretanto, cresceram até a marca dos 32% quando a pergunta foi se o entrevistado seria favorável ao aumento do IPTU como forma de congelar em R$ 3 a tarifa de ônibus em 2014.

A maioria (64%), no entanto, se manteve contrária ao aumento mesmo diante de tal argumento.

No que é possível interpretar como um reflexo das mobilizações de junho, que tiveram o congelamento da tarifa entre suas reivindicações, os jovens com idades entre 16 e 24 anos foram, proporcionalmente, os mais favoráveis ao uso do aumento do IPTU para financiar o transporte público em São Paulo.

Nada menos do que 44% dos jovens entrevistados defenderam esse uso (12 pontos percentuais acima da média da pergunta).

Entre os paulistanos com 60 anos ou mais, o índice despencou para a marca dos 25%.

NOVOS AUMENTOS

O Datafolha quis saber também a opinião dos paulistanos sobre os novos aumentos do IPTU, previstos para acontecer em 2015 e 2016, incidindo especificamente sobre imóveis mais valorizados.

A maioria (57%) foi contrária aos reajustes propostos.

E se os bairros mais ricos de São Paulo tivessem reajuste do IPTU maior do que os bairros mais pobres, como prevê o texto aprovado na Câmara Municipal?

A maioria (62%) manifestou-se em conformidade com a medida, contra 35% de paulistanos que se opõem à ideia.

Burocracia da SEMA/PA


Esqueceram detalhe, mais carros na Batista Campos. o "Mundo Cheio"


Diário do Pará - RD. 

O que não conseguiu com o Pai, vai conseguir com o filho


Maravilhosa a proposta da ex-governadora Ana Julia de construir uma aliança "Aliança Estratégica" com Helder Barbalho. Só que agora vai ter pegar avião para visitar o Helder, com Jader, apenas cruzava a rua para conversar com Líder do PMDB. 

Será que o PT vai querer Ana Júlia como Vice do Helder?


Diário do Pará 28/10/2013. 

Ana Júlia, a quem muto respeito pessoalmente, deve ter muito cuidado antes de falar mal da Marina. Antes dela pisar as ruas a Marina já era uma grande liderança e uma das primeira fundadoras do PT, partido que a Ex-Governadora praticamente destruiu, aqui no Pará.  Hoje amarga seu exílio no Rio de Janeiro. 





sábado, 26 de outubro de 2013

Sem projeto político se entregam ao "pemedebismo"

O PT que nem meu time do coração, na zona de rebaixamento. 



O antes chamado Partidos dos Trabalhadores (PT) totalmente desfigurado, nestes dias e convertido em um verdadeiro  frankenstein, sem projeto político sério, apenas consignas e em  um Deus nos acuda,  frente a sua militância, que se encontra no mato sem cachorro, o partido da Ana Julia e Puty, se entrega de corpo e alma ao "pedemebismo", como dizem alguns poucos teóricos que escrevem sobre o desenrolar histórico deste fenômeno mexicanizado, que é o PT. Não é por acaso que Ana Júlia Beijos a Mão do Jader....

Uma verdadeira aliança "estratégica" com o Senador Jader Barbalho do PMDB, onde terão um excelente espaço para continuar no poder, única aspiração petista do Século XXI. A opção de aliar-se ao PMDB não é muito disparatada, o Jader,  queiram ou não, tem história, lutou contra a ditadura, tem carisma, tanto  quanto Lula, é uma liderança indiscutida no Estado. E, acima de tudo,  tem muitas promessas para oferecer aos paraenses, muitas ilusões, tanto quanto o PT da Dilma, só que sabe vender o produto. Temos um Pré-sal em Salinas, uma nova mina a S11D, a mais grande do mundo, uma nova ferrovia, Açailândia/Barcarena  (já implodida pela Dilma), temos Belo Montes (riqueza para o Sul Sudeste e mais pobreza, violência, prostituição  e miséria para o Pará). Mas são promessas que o PT nem conseguiu construir quando foram governo. 

Encaixe direito para o povo paraense, que vive de ilusão!.

Ah, mas quem pensa que o PT está perdido, se equivoca, volta para a serie A. Como o México do PRI (Partido Revolucionário Institucional) teremos PT para mais de 5 décadas, afundando o país em populismo e pobreza, reinventando promessas, como Pré-sal (necessário para não queimar superavit primário), mais médicos (depois de 10 anos se deram conta que a saúde do Brasil estava um colapso).
Em fim, a chamada política do gato pardo, "tudo muda para que tudo fique igual". 

Veja o monolítico centralismo democrático do PT. Tem tendência para todos os gostos, menos para recuperar os ideários do PT.


Bom fim de semana, nossa grande esperança: o Lyoto Machida que hoje dará uma aula de como se luta para vencer!

* Valor Econômico. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

FMI critica política fiscal do governo brasileiro


Para Fundo, 'microgerenciamento' afeta credibilidade e causa incerteza


Missão do organismo cita baixo investimento como risco e critica empréstimos via bancos públicos

Relatório do Fundo Monetário Internacional sobre o Brasil divulgado ontem afirma que o "excessivo microgerenciamento na política fiscal enfraqueceu a credibilidade do modelo fiscal de longo prazo" e reduz a expectativa de crescimento potencial.

O FMI, na crítica, cita especificamente estímulos tributários do governo e manobras com receitas extraordinárias e outros ajustes para mitigar os custos desses estímulos e fechar a conta do superavit fiscal (economia feita pelo país para pagar juros da dívida), de 2,1% do PIB em 2012.

A avaliação, produzida a partir de entrevistas com representantes do governo e do setor privado feitas por uma missão do Fundo que visitou o país em maio, aponta ainda que essas incertezas na política fiscal pesaram nos investimentos no país.

Apesar de reconhecer uma recuperação gradual da desaceleração em 2011 e 2012 por causa do consumo "resiliente" e do aumento "recente" dos investimentos, o texto lista vários riscos para a economia brasileira, além da baixa taxa de investimento.

Pressão inflacionária, correção do mercado imobiliário e gargalos no mercado de trabalho, com produtividade "estagnada", são lembrados.

O Fundo ainda aponta uma "erosão gradual do modelo fiscal". Após elogiar a Lei de Responsabilidade Fiscal, o texto acusa nos últimos anos uma dependência progressiva de recursos extraordinários para se atingir a meta fiscal, além de grandes transferências de bancos públicos.

ATRASO

O relatório, feito anualmente, ficou pronto em julho, mas o governo brasileiro não permitiu sua divulgação até que ocorressem correções pedidas pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda no cálculo do endividamento do país.

Para o Fundo, a dívida bruta do Brasil equivale a 68,3% do PIB; já no cálculo brasileiro, é de 59,3%.

"Demorou demais", disse, em coletiva, o representante do país no Fundo, Paulo Nogueira Batista Jr.

Por ser um retrato feito em maio, ele ignora as mudanças ocorridas na política da Federal Reserve, o banco central americano, que indicou reduzir o expansionismo monetário até o fim do ano.

O documento do Fundo diz que o crescimento do país foi guiado principalmente pelo consumo. Apesar do expansionismo monetário e fiscal desde 2011, o crescimento tem sido mais fraco e irregular que o previsto após despencar no terceiro trimestre de 2011.

A fase inicial de recuperação teve consumo forte, mas investimento fraco ante a incerteza global e a "confiança empresarial reduzida".

"A economia está operando perto de seu potencial e continua sujeita a limitações no lado da oferta, que seguram o crescimento abaixo de seu potencial de médio prazo e exacerbam as pressões inflacionárias", diz o texto.

RAUL JUSTE LORESDE WASHINGTON