segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ana Julia Reclama de notícia requentada e avisa que recorrerá à justiça. Aguardamos desenlace.

Veja diálogo democrático com Ana Julia que reclama de notícias requentadas que a acusam de prestação de contas irregulares. Ela se defende e pede que poste no Blog do Enriquez a sua defesa.  Solicitação satisfeita no Twitter, já que foi aí que Tweetie a matéria


GONZALO E V ENRIQUEZ

Ana Julia. Indicada diretora de subsidiária do BB, ex-governadora PA enrolada com sumiço de R$ 77 mi - ÉPOCA | Tempo


Oi Enriquez. Pediria, que vc também postasse a nossa resposta, onde informo que recorrerei à Justiça tbm, no seu Blog. Obrigada! 





Olá Ana Julia. A nota d Época não foi para O Blog. Aí só publico temas sobre os que tenho total dominio. É bom entrar na justiça contra AGE
7 de ene a las 19:11


Ana Júlia

Publica também esta rersposta. É democrático: Resposta à “denúncia” requentada na Época  

Publicada!
 

domingo, 8 de janeiro de 2012

Africanos e palestinos são "não-pessoas", e aquecimento global é um "não-problema"



Noam Chomsky

Em 15 de junho, três meses após o início do bombardeio da Otan na Líbia, a União Africana apresentou ao Conselho de Segurança da ONU sua posição em relação ao ataque –na verdade, um bombardeio por seus agressores imperialistas tradicionais: França e Reino Unido, com participação dos Estados Unidos, que inicialmente coordenaram o ataque, e marginalmente alguns outros países.


É preciso lembrar que ocorreram duas intervenções. A primeira, sob a Resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, adotada em 17 de março, pedia uma zona de exclusão aérea, um cessar-fogo e medidas para proteção dos civis. Após poucos meses, essa intervenção foi deixada de lado assim que o triunvirato imperialista se uniu ao exército rebelde, atuando como sua força aérea.

No início do bombardeio, a União Africana pediu por esforços diplomáticos e negociações para impedir uma provável catástrofe humanitária na Líbia. Em um mês, os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e outros se uniram à UA, incluindo um importante país membro da Otan, a Turquia.

De fato, o triunvirato ficou um bocado isolado em seus ataques –visando eliminar um tirano caprichoso a quem apoiaram quando foi vantajoso. A esperança era de um regime mais flexível às exigências ocidentais de controle sobre os ricos recursos da Líbia e, talvez, que oferecesse uma base africana para o Comando dos Estados Unidos para a África, Africom, até o momento confinado a Stuttgart.

Ninguém sabe se os esforços relativamente pacíficos pedidos pela Resolução 1973 da ONU, apoiada por grande parte do mundo, teria tido sucesso em impedir a perda terrível de vidas e a destruição que se seguiu na Líbia.

Em 15 de junho, a UA informou ao Conselho de Segurança que “ignorar a UA por três meses e prosseguir com os bombardeios contra o território sagrado da África era despótico, arrogante e provocador”. A UA apresentou um plano para negociações e policiamento dentro da Líbia por forças da UA, juntamente com outras medidas de reconciliação –sem sucesso.

O pedido da UA ao Conselho de Segurança também apresentava o fundamento para suas preocupações: “A soberania tem sido uma ferramenta de emancipação para os povos da África que estão começando a traçar caminhos transformadores para a maioria dos países africanos, após séculos de comércio de escravos, colonialismo e neocolonialismo predatórios. Ataques negligentes contra a soberania dos países africanos são, portanto, o equivalente a infligir novas feridas contra o destino dos povos africanos”.

O apelo africano pode ser encontrado no jornal indiano “Frontline”, mas foi praticamente ignorado no Ocidente. Isso não causa surpresa: os africanos são “não-pessoas”, usando o termo de George Orwell para aqueles inaptos a entrar na história.

Em 12 de março, a Liga Árabe ganhou o status de pessoas ao apoiar a Resolução 1973 da ONU. Mas a aprovação logo desapareceu, quando a Liga não apoiou o bombardeio subsequente contra a Líbia pelo Ocidente.

E em 10 de abril, a Liga Árabe voltou a ser não-pessoa ao pedir à ONU que também impusesse uma zona de exclusão aérea sobre Gaza e suspendesse o bloqueio israelense, sendo virtualmente ignorada.

Isso faz sentido. Os palestinos são um modelo de não-pessoas, como vemos regularmente. Considere a edição de novembro/dezembro da “Foreign Affairs”, que abriu com dois artigos sobre o conflito entre israelenses e palestinos.

O primeiro, escrito pelas autoridades israelenses Yosef Kuperwasser e Shalom Lipner, atribui aos palestinos a culpa pela continuidade do conflito, ao se recusarem a reconhecer Israel como um Estado judeu (de acordo com a norma diplomática: Estados são reconhecidos, mas não setores privilegiados dentro deles).

O segundo, pelo acadêmico americano Ronald R. Krebs, atribui o problema à ocupação israelense; o artigo é intitulado: “Como a Ocupação está Destruindo a Nação”. Que nação? Israel, é claro, prejudicado por manter suas botas no pescoço das não-pessoas.

Outra ilustração: em outubro, manchetes anunciavam a libertação de Gilad Shalit, o soldado israelense que foi capturado pelo Hamas. O artigo na “The New York Times Magazine” foi dedicado ao sofrimento de sua família. Shalit foi libertado em troca de centenas de não-pessoas, sobre as quais sabemos pouco, fora o debate sobre se a libertação delas pode prejudicar Israel.

Nós também não sabemos nada sobre as centenas de outros detidos em prisões israelenses, por longos períodos sem uma acusação.

Entre os prisioneiros não mencionados estão os irmãos Osama e Mustafa Abu Muamar, civis sequestrados pelas forças israelenses que atacaram a Cidade de Gaza em 24 de junho de 2006 –um dia antes da captura de Shalit. Os irmãos então “desapareceram” dentro do sistema carcerário de Israel.

Independente do que alguém pense a respeito da captura de um soldado de um exército inimigo, o sequestro de civis é um crime muito mais sério –a menos, é claro, que eles sejam meras não-pessoas.

Certamente esses crimes não se comparam a muitos outros, entre eles os crescentes ataques contra os cidadãos beduínos de Israel, que vivem em Negev, no sul do país.

Eles estão sendo expulsos sob um novo programa que visa destruir dezenas de aldeias beduínas para as quais eles foram expulsos anteriormente. Por razões benignas, é claro. O Gabinete israelense explicou que 10 assentamentos judeus seriam fundados lá “para atrair uma nova população para Negev” –isto é, substituir não-pessoas por pessoas legítimas. Quem faria objeção a isso?

A estranha raça de não-pessoas pode ser encontrada em toda parte, inclusive nos Estados Unidos: nas prisões que são um escândalo internacional, nas cozinhas, nas favelas e cortiços.

Mas os exemplos são enganadores. A população mundial como um todo está à beira de um buraco negro.

Nós vemos lembretes diários, mesmo em incidentes pequenos –por exemplo, no mês passado, quando os republicanos na Câmara dos Deputados americana barraram uma reorganização virtualmente sem custo para investigação das causas dos eventos climáticos extremos de 2011 e fornecimento de previsões melhores.

Os republicanos temiam que ela poderia ser uma abertura para “propaganda” sobre o aquecimento global, um não-problema segundo o catecismo recitado pelos pré-candidatos daquele que, anos atrás, costumava ser um partido político autêntico.

Pobre espécie triste.
Tradução: George El Khouri Andolfato

sábado, 7 de janeiro de 2012

VISTA PANORÂMICA e "PURO JAZZ" no sabado de Belém. O jazz eu recomendo


http://www.purojazz.com/category/envivo/

http://www.purojazz.com/category/envivo/

Filho de ministro é campeão de emendas na pasta do pai. Mais um ministro com problemas de corrupção

Coitados de nós, sociedade civil desorganizada, se criticamos a falta de ética e corrupção ou "favorecimento ilísito" somos chamados de neoliberais...


O ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional) privilegiou seu filho, o deputado federal Fernando Coelho (PSB-PE), com o maior volume de liberação de emendas parlamentares de sua pasta em 2011, informa reportagem de Andreza Matais e Breno Costa, publicada na Folha deste sábado (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).


Coelho foi o único congressista que teve todo o dinheiro pedido empenhado (reservado no Orçamento para pagamento) pelo ministério (R$ 9,1 milhões), superando 219 colegas que também solicitaram recursos para obras da Integração.

Liberado em dezembro, o dinheiro solicitado pelo deputado irá para ações tocadas pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Paraíba), uma empresa pública presidida pelo seu tio, Clementino Coelho, irmão do ministro da Integração.

OUTRO LADO
Em nota, o ministério negou que o filho do ministro tenha sido favorecido. Segundo a pasta, outros deputados tiveram "emendas aprovadas em percentuais equivalentes".
Leia a reportagem completa na Folha deste sábado, que já está nas bancas.





sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Faz sentido o Brasil ajudar a Europa?

A China teria cogitado comprar toda a dívida da Grécia e, assim, evitar a debacle daquele país europeu. O propósito seria abortar, no nascedouro, o recrudescimento da crise financeira internacional. O crescimento da economia chinesa, graças ao modelo exportador, depende muito da economia mundial.

Os chineses teriam chegado à conclusão, no entanto, de que o socorro à Grécia teria consequências internas e geopolíticas imprevisíveis. No primeiro caso, as autoridades teriam dificuldade de explicar a ajuda ao seu próprio povo. Apesar da exuberância dos últimos anos, os chineses têm renda per capita muito inferior à média das economias avançadas e à da própria Grécia.

Segundo dados do FMI, a renda per capita da China é hoje de US$ 8,1 mil, menos da metade da brasileira (US$ 16,5 mil). No conceito de Paridade do Poder de Compra (PPP, na sigla em inglês), sobe para US$ 13,7 mil (ainda menor que a do Brasil, que é de US$ 15,1 mil). Os países avançados têm, respectivamente, renda per capita média de US$ 50,5 mil e US$ 46,5 mil. A Grécia, de US$ 30,9 mil e US$ 33,3 mil.
Do ponto de vista geopolítico, a compra da dívida grega deslocaria de Washington para Pequim o centro das grandes decisões políticas internacionais. Os chineses, evidentemente, querem chegar lá, mas possivelmente avaliaram que isso também traria consequências imprevisíveis para o seu já delicado equilíbrio político interno. Ser uma potência mundial acarreta custos, e é o caso de se pensar: o povo chinês já está em condições de arcar com esses custos?

Soa estranho o entusiamo de autoridades brasileiras com uma possível operação de ajuda financeira do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) a economias europeias. A ideia, no caso brasileiro, seria diversificar a aplicação de reservas cambiais, comprando títulos de governos europeus.

O principal critério de aplicação de reservas é segurança e, por essa razão, o Brasil aplica a maior parte das suas em títulos to Tesouro americano, mesmo amargando uma situação insólita — o Tesouro capta recursos, grosso modo, à taxa Selic (12% ao ano) e compra papéis americanos de rentabilidade baixíssima (2% ao ano, no caso de títulos de dez anos).

O quesito segurança não é, neste momento, algo que se possa dar como certo no caso dos papéis emitidos por governos europeus, guardadas as honrosas exceções (Alemanha à frente). É verdade que a rentabilidade, por essa razão, vem tornando esses títulos mais atrativos — a Itália aceitou há pouco pagar 5,6% de juros ao ano em papéis de cinco anos.

Ao contrário do Brasil, a China acumula reservas a partir de excedentes fiscais. O governo gasta menos do que arrecada e usa a diferença para comprar divisas. Na experiência brasileira, o governo se endivida a um preço altíssimo para fazer o mesmo. Embora nove entre cada dez analistas reconheçam que, ao acumular reservas, o país criou um seguro anticrise, é forçoso admitir que isso é feito a um custo elevado.

Não faz muito sentido, portanto, o Brasil elevar o risco de aplicação de suas reservas para ajudar países europeus. Já é estranho o país subsidiar, com o suor dos brasileiros, o endividamento dos americanos, um povo 3,5 vezes mais rico.

Educação e inovação pautam nova fase de crescimento



O modelo de crescimento do país, na gestão PT, entrou na sua terceira fase. A primeira, que começou em 2003/2004, foi marcada por políticas de transferência de renda e recuperação do poder de compra do salário mínimo. A partir de 2007, iniciou-se a segunda fase, com o aumento dos investimentos públicos, incentivos para investimentos privados, políticas industriais e programas habitacionais (como o Minha Casa Minha Vida).  O impulso ao crescimento, agora, será dado pelos investimentos em educação e inovação, segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.

Nesta etapa, além dos programas educacionais (Prouni, Reuni e Pronatec), o governo está aumentando os recursos  para inovação. Já colocou à disposição da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), por exemplo, R$ 2 bilhões a mais do que seu orçamento original para este ano, segundo informou o secretário. Dentre as iniciativas de melhoria nas áreas da educação e inovação consta, ainda, o Regime Especial do Plano Nacional de Banda Larga, que vai desonerar do PIS/Cofins, ainda este ano, os tablets/computadores/smartfones.  Além do foco em educação e inovação, o governo poderá  imprimir ritmo mais acelerado nas obras do PAC em 2012.

Economistas do setor privado acreditam que o governo também deverá contar com um aumento da oferta de crédito do BNDES, depois da moderação observada este ano, para dar novo alento ao crescimento. Dos R$ 55 bilhões do Tesouro Nacional colocados à disposição do banco este ano, a instituição usou cerca de R$ 30 bilhões. Os R$ 25 bilhões restantes devem engordar o orçamento do próximo ano.

Casa das Caldeiras

De olho na China

Vítima da recessão global e da desaceleração brusca no setor imobiliário no curto prazo, a economia chinesa será freada em 2012 – ano em que os investimentos serão menores e as exportações também. A avaliação é do Departamento Econômico do Itaú Unibanco, que compilou uma série de respostas a questões levantadas por investidores ao longo do tempo. O economista-chefe da instituição, Ilan Goldfajn, divulgou no fim de dezembro um documento reunindo projeções sobre atividade, inflação, sistema financeiro e estatísticas econômicas do país.

Nesse documento sobre a China, o economista Artur Manoel Passos, que integra a equipe de Goldfajn, explica que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês deve crescer 7,8% no ano que vem. As perspectivas para o período de 2013 a 2020 são de crescimento potencial gradualmente menor, com reequilíbrio moderado da economia.

O consumo, que está avançando a uma taxa de 9,3% neste ano, deve manter o mesmo ritmo em 2012, enquanto os investimentos em setores controlados pelo governo já mostram desaceleração.
Nos demais setores, esclarece o economista, os investimentos são compatíveis com a expansão da renda e da competitividade. Especificamente sobre o setor imobiliário, o Itaú Unibanco prevê desaceleração, em movimento induzido pelo governo.

Em 2012, a inflação chinesa deve preocupar menos, em função da estagnação das commodities e da desaceleração da atividade doméstica.

Ao esclarecer dúvidas sobre o sistema financeiro na China, o Itaú Unibanco lembra que a última reforma que aconteceu por lá (1998-2008) envolveu compra de carteiras de crédito inadimplentes, capitalização dos bancos pelo governo e abertura de capital das instituições que devem enfrentar aumento de inadimplência nos próximos anos. Esse aumento decorrerá de empréstimos aos governos locais. Mas os bancos comerciais têm capacidade de absorver as perdas.

Quanto às estatísticas chinesas, o Itaú Unibanco comenta que são confiáveis, mas alerta que possuem falhas. “Permitem avaliar a evolução da atividade e da inflação”, conclui Passos.

Valor Econômico.

Reforma ministerial busca equilíbrio de forças

Mesmo que seja limitada a mudanças em meia dúzia de ministérios, a reforma do gabinete, prevista para a segunda quinzena, será maior, mais complexa e politicamente profunda do que deixa antever o governo.
O esboço das mudanças prevê a manutenção de todas as siglas aliadas no ministério, mas com um reequilíbrio das forças mais fiel ao tamanho de cada uma delas no Congresso.

De acordo com as conversas entre os partidos, o PMDB sairia fortalecido, a representação do PSB reconheceria as duas forças que disputam o comando do partido e as siglas menores, como o PP e o PR teriam a representação reduzida à proporção de suas bancadas.

Desde o primeiro dia do governo Dilma Rousseff o PMDB se queixa de estar sub-representado. A hipótese em avaliação para contentar o partido é o Ministério dos Transportes reforçado com a Secretaria de Portos.



No governo tucano, o PMDB dominou a área dos Transportes e sempre quis recuperá-la para seus domínios. É o que o partido chama de a "joia da coroa". Se a articulação se concretizar, o nome para a Pasta será indicado pelo vice-presidente da República, Michel Temer.

Certa, por enquanto, só a relocação do ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) no Ministério da Educação, no lugar de Fernando Haddad, que deixa o cargo para ser candidato a prefeito de São Paulo, nas eleições municipais de outubro.

Para o lugar de Mercadante, a presidente Dilma mandou sondar o ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE). Alvo de constantes críticas de Ciro, o PMDB não gostou mas também não fará nada contra sua nomeação. A oposição mais forte ocorre no próprio PSB.

A indicação do ex-ministro cearense para o Ministério da Ciência e Tecnologia reconhece os "dois polos" de poder no PSB - de um lado o próprio Ciro e seu irmão Cid Gomes, governador do Ceará, e de outro o governador Eduardo Campos, até agora líder inconteste do partido.

Nos últimos meses, Campos tem feito movimentos cada vez mais ousados no sentido de se fortalecer nacionalmente: se aliou ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, na criação do PSD, e deu uma demonstração de força ao eleger a mãe, a ex-deputada Ana Arraes, para o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
O PT observa com desconfiança os movimentos de Campos, pois o PSB tenta se tornar uma alternativa à esquerda; o PMDB teme que ele tente ficar com a vaga de vice na reeleição de Dilma, em 2014, e o governo contabiliza que ele tem um pé também no projeto do tucano Aécio Neves a presidente da República.
Aloizio Mercadante já teve uma longa conversa com Ciro Gomes, segundo informa o PT com mandato da presidente Dilma Rousseff. A volta de Ciro ao governo tem outro padrinho forte: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao trocar o PT pelo PSB no Ministério da Ciência e Tecnologia, a presidente estaria livre para articular a unificação do Ministério dos Transportes. A segunda pedida do PMDB é o Ministério das Cidades, que poderia ser ocupado pelo atual ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Wellington Moreira Franco.
A dificuldade para o PMDB, neste caso, é que a retomada do Ministério de Cidades é prioridade do PT. Para o cargo, o partido pensa em indicar o deputado José de Filippi Júnior, ex-prefeito de Diadema e ex-tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff a presidente da República, nas eleições de 2010.

A senadora Marta Suplicy (SP) seria outra hipótese para Cidades ou Turismo, mas ela se prepara para cumprir mais um ano do mandato de vice-presidente do Senado, conforme comunicou ao presidente do PT, Rui Falcão, e ao líder da bancada, senador Humberto Costa (PE).

Havia um acordo de revezamento entre Marta e o senador José Pimentel (CE), no fim do primeiro ano de Marta na vice. A própria Dilma falou para Marta que ela é importante para o governo no Congresso.
Outra mudança certa, além do Ministério da Educação, é no Ministério do Trabalho. Ainda é analisada a hipótese de fusão com o Ministério da Previdência Social. O nome do ministro vai depender da solução a ser dada pela presidente.
O PDT insiste em manter a vaga que era ocupada por Carlos Lupi no Trabalho, mas o PT pressiona Dilma a devolver a Pasta ao partido. No PDT, o nome mais próximo a Dilma é o do deputado Vieira da Cunha (RS), mas Brizola Neto (RJ) também é cotado.

Circulam ainda os nomes de José Lopes Feijóo, assessor especial de Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) e ex-vice-presidente da CUT, e o do senador Francisco Dornelles, numa compensação ao PP pelo Ministério das Cidades. Há fortes resistências no PT, inclusive de ex-ministros da Pasta, ao nome de Dornelles, que ocupou o mesmo cargo no governo do PSDB.

A secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, já comunicou ao PT que será candidata a prefeito de Vitória (ES), apesar de o PT local ainda analisar a possibilidade de apoiar uma candidatura do PMDB. A decisão sai no dia 15 e Iriny já foi avisada que, se deixar o governo para co correr, depois não volta, seja qual for o encaminhamento que o partido der à eleição de Vitória.
Se ficar com os Transportes, o PMDB pode abrir mão do Ministério do Turismo e abrir espaço para Dilma compensar algum dos partidos médios, provavelmente o PR. Na cúpula do partido há dúvidas se Dilma vai levar a ideia adiante, mas a ideia é não pressionar a presidente.

Primeiro, porque seria contraproducente; depois, porque a prioridade do PMDB é eleger a presidência das duas Casas do Congresso, no início de 2013, e as mudanças no ministério podem interferir no equilíbrio interno em que se sustenta o partido.

O governador Eduardo Campos deve manter Fernando Bezerra Coelho no Ministério da Integração Nacional, politicamente mais fraco depois da denúncia de que privilegiou Pernambuco na liberação de verbas da Pasta. O PSB pensava em remanejar Bezerra Coelho da Integração para o Ministério dos Transportes.

Valor Econômico. 
Por Raymundo Costa | De Brasília