domingo, 13 de novembro de 2011

A divisão do Pará. Não existe almoço de graça


Como disse o economista: There's no such thing as a free lunch

O problema.
É surpreendente como essa discussão sobre a divisão do Estado do Pará veio em péssimo momento. Lamento muito, mas os paraenses sofrem um verdadeiro bombardeio sobre um tema que dificilmente conseguem assimilar e menos ainda entender cabalmente.
Introduzir na vida cotidiana de uma população que vive em mais de 40% abaixo da linha da pobreza ou com menos de R$140,00 por mês, uma discussão que presume ser geopolítica, estratégica, e que vai a afetar profundamente a vida dos paraenses, é de uma perversidade que não tem tamanho. Mas, será que vai a afetar a vida mesmo da população?
Os melhores “cases” de sucesso para o debate.
Os exemplos para explicar o assunto em debate são tantos e tão esdrúxulos que recém hoje comecei a reconhecer experiências internacionais de partilha de territórios que nunca estudei nem me interessaram. Um dia é Canadá grande e poderoso, Estados Unidos, uma grande nação que convive muito vem com seus 51 Estados e ainda mais, anexou Porto Rico que é feliz como estado associado (segundo dados dos próprios Estados Unidos). Sem pensar nos exemplos contrários de países como a Rússia que se fragmentou em meio de fortes lutas separatistas que ainda não se resolvem. Dos dois lados temos belos exemplos para justificar a divisão ou para sugerir a unidade da região amazônica.
Descendo para o Brasil, os exemplos também são muito interessantes. De lado a lado temos exemplos abundantemente utilizados pelos defensores de um e outro lado da briga.
Tocantins é o paradigma dos partidários da divisão. Um estado empreendedor, onde claro 80% da população é de fora do estado e que para se implantar teve que destruir mais de 80% da sua biodiversidade e sua floresta nativa, o ativo ambiental, fator verdadeiramente estratégico na construção de um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia.;
Outro exemplo do lado oposto à divisão é o Estado de alagoas, pequeno estado com indicadores sociais que alarmam pela sua precariedade, que revelam que é um dos estados com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.
Quer outro exemplo? O Território do Grão-Pará. Foi uma das capitanias da América Portuguesa, integrando inicialmente o Estado do Grão-Pará e Maranhão, juntos poderiam ter sido uma potência, mas veja aí no que deu. Maranhão comandado pela elite dos Sarney, que de um dia para outro se tornaram em paradigma de políticos honestos, democráticos e desenvolvimentistas, apoiados no seu poder, fortemente pela elite de esquerda brasileira que assumiu o poder para se enriquecer os melhores amigos do poder central.
A maior parte do debate se sustenta em exemplos que saíram de outras realidades, que nada tem a ver com a história do Pará’ ou da Amazônia que pouco podem servir de paradigmas para enriquecer a discussão.
Tamanho não é documento. Veja o caso do território de Gibraltar (“Peñon de Gibraltar”) uma pequenha colônia britânica (de apenas 6 Km2) situada na Província de Cádiz, Andaluzia, Espanha. A colônia permanece ocupada pelo Reino Unido desde 1704.
As Nações Unidas tem chamado em repetidas oportunidades aos governos de Espanha e Reino Unido a terminar com esta situação colonial e reintegrar o território à seus legítimos donos, Espanha, mas essa mesma pedra é um dos territórios mais prósperos e estáveis no poder da Inglaterra e a maioria da população quere continuar sendo colônia da Inglaterra.Essas experiências tem algo a ver com a nossa realidade?
Os atores do debate e o preço pela falta de Estado e de Poder.
Caros leitores deste blog: Essa discussão é um debate de elites que não chega ao conjunto do povo. Ainda nem sei como se concretizará esse processo de construção do novo modelo, de onde sairá essas enormes quantidades de investimentos anunciados pelo repasse do Fundo de Participação dos Estados (FPE), sem falar das empresas, recursos minerais, e, como já foi comentado, o maior patrimônio com que conta o Estado do Pará, onde ficarão seus ativos ambientais.
Essa divisão, como mínimo requer redefinição de linhas geográficas, estradas, novos caminhos, deslocamentos populacionais. Em síntese um empreendimento do tamanho do que foi feito quando se realizou a mais contemporânea invasão da Amazônia, na década de 1970, pelos governos militares, com o lema de “ocupar para não entregar”. Esse pode ser a versão moderna da nova ocupação da Amazônia.
O marketing e os novos nichos dos publicitários desempregados.
A ousadia dos marqueteiros é tão grande que com esse plebiscito inauguraram um nicho nunca antes explorado, em condições da mudança tecnológica em curso, como é a atual tecnologia de informação e comunicação existente.
Este é um verdadeiro jogo de marketing de publicitários desempregados ou preparando-se para um novo processo eleitoral mais complexo, em 2012.
É uma verdadeira tristeza ver como marqueteiros que pouco conhecem a realidade da Amazônia entraram nesse jogo, mas a população tudo aceita, acostumada a ser eco de qualquer política exógena, aceita passiva seu destino.
Esse é o preço que pagamos todos pela falta de uma política que assuma a condução do desenvolvimento do estado e porque não do Brasil? Algum ministro do governo federal tem manifestado preocupação pela nova partilha que se provoca em uma região tão importante como o estado do Pará. Ninguém meu irmão, ninguém meu mano. 


TUDO ISSO EM UM MÊS! QUEM DIRIA. HOUVE PARTILHAS QUE DURARAM SÉCULOS E AINDA NÃO SÃO RESOLVIDAS. NO PARÁ, A TV E OS MARQUETEIROS QUEREM PRODUZIR UMA DEFINIÇÃO EM UM MÊS. 
Alguém terá que pagar por isto.
There's no such thing as a free lunch

O que ficou da ocupação de um pedaço da Amazônia. 

Terra de ninguém
(Celso Cavalcanti)

“Ocupar para não entregar”. Era essa a palavra de ordem da ditadura quando, nos anos 1970, incentivou brasileiros de todos os cantos a deixar sua terra e tentar fortuna na Amazônia. Foi nessa época que, ainda menino, Dinho saiu do Paraná com seus pais para viver em Rondônia. Eles se fixaram na região conhecida como Ponta do Abunã, uma faixa na divisa com o Acre e o Amazonas, a menos de 10 km da fronteira com a Bolívia.


Os anos passaram. A floresta deu lugar a pastagens; pouquíssimos enriqueceram. Dinho virou chefe de família e líder de assentamento. Depois de quase 40 anos, o lugar ainda não tem luz elétrica, água encanada ou telefone. Posto médico, delegacia, banco, cartório...nem pensar. Terra de ninguém. Pra garantir o sustento, Dinho montou uma banca na feira de Vista Alegre, um distrito a 70 km de sua casa.

Na última sexta-feira de maio, ele descarregava os legumes e verduras do carro quando foi assassinado. Cinco tiros a queima roupa, na frente da mulher e dos dois filhos pequenos. O pistoleiro saiu caminhando. Dinho denunciava a atuação de madeireiros ilegais na região.


Nesta semana estive no assentamento. Uma comitiva de jornalistas e parlamentares em busca de informações sobre os conflitos na área. Quase três horas de Brasília a Porto Velho em avião da FAB e outros 50 minutos num bimotor até a Ponta do Abunã. A equação é clara: de um lado, os poderosos que enchem os bolsos explorando a natureza e a miséria alheia; do outro, os que atenderam ao chamado do governo e ocuparam um pedacinho de terra nos confins do “pulmão do mundo”.


Retornamos a Brasília no mesmo dia. A sensação era de estar vindo de outro país. Cheguei em casa, abracei meus filhos e minha mulher, e me lembrei que Dinho nunca mais vai voltar pra casa e abraçar sua família.

sábado, 12 de novembro de 2011

Mar quente, floresta em chamas

Pesquisa norte-americana publicada na Science comprova relação entre a temperatura dos oceanos e as queimadas na Amazônia.  Os cientistas elaboraram uma fórmula que permite prever, com pelo menos três meses de antecedência, as áreas de mata mais suscetíveis ao fogoNotíciaGráfico


Todos os anos, a Amazônia é vítima de centenas de incêndios — naturais ou provocados pelo homem — que consomem grandes áreas florestais.  Prever quando e onde o fogo pode surgir tem sido um desafio para os governos que cuidam da maior floresta tropical do mundo.  Uma pesquisa publicada na edição de hoje da revista científica Science promete ajudar o planejamento dessas políticas públicas.  O estudo afirma que, observando a temperatura da porção norte do Oceano Atlântico e das regiões central e oeste do Pacífico, é possível prever, com pelo menos três meses de antecedência, a ocorrência das queimadas.

Para chegar a essa conclusão, especialistas da Universidade da Califórnia em Irvine e da Nasa analisaram dados de satélites sobre as queimadas que atingiram a região na última década e os cruzaram com gráficos de temperatura dos dois oceanos no mesmo período.  Eles observaram que, à medida que as águas salgadas ficam mais frias, a Amazônia se torna mais úmida.  Consequentemente, a floresta se torna mais resistente às chamas.  O oposto também acontece: mar quente é sinônimo de continente seco e floresta em chamas.  Com base nesses dados, eles elaboraram uma equação matemática que, dependendo da região, pode antecipar as áreas mais suscetíveis a incêndios, às vezes com cinco meses de antecedência.

Em entrevista ao Correio, o líder do estudo, Yang Chen, da Universidade da Califórnia, explica que pequenas perturbações na superfície do mar podem resultar em uma mudança significativa na circulação atmosférica.  "Essa, por sua vez, aumenta e diminui a quantidade de chuvas", conta.  A pluviosidade no fim do período chuvoso é a grande responsável pela recarga de umidade, portanto, de proteção da floresta.  "Níveis altos de água do solo afetam o combustível do fogo, por exemplo, madeiras e ervas, e facilitam a precipitação durante a estação seca, o que diminui a propagação do fogo", explica o especialista.

Isso significa que, quando os oceanos estão mais quentes, há menos chuva na Amazônia, em especial na transição entre o período de umidade e o tempo seco.  Mais seca, a floresta está mais suscetível a incêndios.  Além disso, nos anos em que a água do mar está mais quente, a chuva que pode combater os possíveis focos de incêndio é ainda mais escassa, facilitando a propagação das chamas por grandes áreas e atrapalhando o trabalho dos bombeiros.

Antecipação
No Brasil , quase a totalidade dos incêndios na Floresta Amazônica são causados pela ação humana, principalmente para a expansão das terras agricultáveis.  Os especialistas garantem que a pesquisa pode ser útil inclusive nesses casos.  "Muitas vezes, as pessoas esperam o tempo seco para queimar as florestas mais intensamente, e nossos estudos podem prever essas estações e orientar as ações governamentais", conta Chen.  "Além disso, nossa pesquisa mostrou que a questão climática é mais preponderante do que a pressão humana para as queimadas.  Ou seja, quando o clima é favorável, a floresta fica mais forte para se defender", completa o pesquisador Douglas Morton, do Centro de Pesquisas de Hidrosfera e Biosfera da Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.

O pesquisador Philip Fearnside, do Instituto de Pesquisas Amazônicas (Inpe), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), explica que a relação entre a temperatura dos oceanos e as queimadas na Amazônia já era conhecida e estudada há alguns anos.  "Para que haja fogo, é necessário que tenha combustível, no caso, matéria vegetal seca, e um estopim, que pode ser um raio ou a ação do homem", explica o especialista.  Mas o problema tende a se agravar com o aquecimento global.  "A tendência é que as queimadas se tornem cada vez mais frequentes com o aumento da temperatura do planeta, e com fenômenos como o El Niño", conta Fearnside.  "Se por um lado o aquecimento global age diretamente sobre a floresta, deixando-a mais seca, por outro, ele aquece os oceanos, provocando alterações nos ciclos das massas de ar", completa.

O norte-americano Douglas Morton, da Nasa, conta à reportagem que a pesquisa transmite resultados que podem ser utilizados para outros biomas da América do Sul.  "Tivemos o cuidado em nosso estudo de aplicar o método em todo o subcontinente e, para nossa surpresa, obtivemos o mesmo resultado", revela.  Assim, o cálculo elaborado pode servir para prever as temporadas de queimadas no cerrado, na Mata Atlântica ou mesmo nas regiões de pampa.

Os pesquisadores estão agora desenvolvendo estudos semelhantes para formações vegetais de outros lugares do mundo.  "Conseguimos traçar relações semelhantes entre a temperatura oceânica e os ciclos de queimadas na floresta de Sumatra", diz o especialista da Nasa.  "No entanto, lá, a relação é mais imediata.  Não conseguimos prever as queimadas com a mesma antecedência, de até cinco meses, como fizemos na América do Sul."
 Correio Braziliense
 Max Milliano Melo

Minha reencarnação (Woody Allen)

Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente.

Começar morto, para despachar logo o assunto.

Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.

Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.

Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo.

E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer.

Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois - "Voilà!" - desapareço num orgasmo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Fundos do Nordeste e da Amazônia terão autonomia



O governo federal deve anunciar até o fim deste ano a "financeirização" dos fundos constitucionais FDNE e FDA, criados em 2001 para incentivar o desenvolvimento das regiões Nordeste e amazônica. Com a mudança, a natureza dos fundos deixará de ser contábil e passará a ser financeira, o que na prática vai resultar em maior previsibilidade na liberação dos empréstimos e na possibilidade de que os fundos cresçam e se tornem sustentáveis. O novo modelo será apreciado nas próximas semanas pela presidente da República, Dilma Rousseff, e deverá ser aprovado para valer já em 2012.
Abastecidos com recursos do Tesouro Nacional, mediante dotações aprovadas anualmente no Orçamento da União, o FDNE e o FDA têm por finalidade assegurar recursos para investimentos em suas áreas de atuação. A liberação do dinheiro, no entanto, é diretamente atrelada ao fôlego financeiro do governo federal. Assim, é comum os repasses serem congelados em tempos de aperto fiscal, o que muitas vezes desarruma o andamento dos projetos dos tomadores.

Pelo modelo atual, o Tesouro abastece os fundos e assume 90% dos riscos dos financiamentos aprovados, ficando os 10% restantes a cargo dos agentes financeiros, no caso o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia. Com a mudança sancionada, todo o risco será absorvido pelos bancos, que terão que reembolsar os fundos em caso de inadimplência.

Outra novidade é a permissão para que o FDNE e o FDA passem a reembolsar e gerir o dinheiro referente ao pagamento dos empréstimos efetuados, recurso que hoje vai diretamente para o Tesouro. Dessa forma, o governo acredita que os fundos vão ganhar porte com o passar dos anos, podendo atingir a sustentabilidade no longo prazo. Neste ano, o FDNE recebeu R$ 1,8 bilhão, enquanto que o FDA ficou com R$ 1,2 bilhão.
"Com a 'financeirização', o FDNE poderá, em um prazo de dez anos, ser um fundo de R$ 35 bilhões", estimou Fernando Bezerra Coelho, ministro da Integração Nacional, pasta responsável pelo projeto. "Esses fundos poderão se tornar autônomos nos próximos anos", reforçou o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, que mencionou como uma orientação de Dilma a melhoria da eficiência desses fundos.

Ao lado de cinco governadores nordestinos, Coelho e Barbosa participaram ontem, no Recife, da 13ª reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). No encontro, foram discutidas, entre outros temas, as diretrizes para o uso dos fundos constitucionais em 2012. No dia 17, em Belém, estará reunido o colegiado da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Além da "financeirização" do FDNE e do FDA, os governadores debateram mudanças no perfil do FNE, outro fundo constitucional para o desenvolvimento do Nordeste, abastecido com recursos do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Foi aprovada a elevação de 40% para 50% da parcela do fundo dedicada às micros e pequenas empresas, bem como restrições à utilização do FNE para investimentos em importação de máquinas e geração de energia elétrica.

O argumento para barrar o financiamento aos projetos de energia é de que os empreendimentos desse setor, especialmente os parques eólicos, têm enxugado quase todo o dinheiro dos fundos constitucionais, não deixando espaço para outros setores. A decisão, entretanto, encontrou resistência nos governadores do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), e da Bahia, Jaques Wagner (PT). Os dois manifestaram preocupação com os efeitos da medida sobre os investimentos nos seus Estados.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), afirmou que esse tipo de projeto pode encontrar no BNDES uma fonte inesgotável de financiamento.

Valor Econômico.  
Por Murillo Camarotto | Do Recife

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Muito amadorismo...em economia


Governo corta verba de apoio a exportador


"É no orçamento que o cidadão identifica a destinação de recursos que o governo recolhe sob a forma de impostos", diz a página oficial da secretaria de Orçamento Federal, com um tanto de otimismo, já que, ultimamente, só na execução das despesas federais, após cortes e suplementações orçamentárias, se pode ter uma ideia clara do que a administração faz com os tributos que recolhe. Mas não há dúvida que o orçamento é um planejamento estratégico, uma definição de prioridades. E os últimos números definidos para o Proex, uma das principais linhas de apoio à exportação do país, alarmaram o setor privado.
Com base nas demandas de financiamento e nos resultados de exportação do país, o Comitê de Financiamento e Garantia de Exportações (Cofig), que coordena sete ministérios e quatro instituições financeiras com atuação no comércio exterior, definiu que o Proex deveria ter aumento de verbas neste ano. O Proex-Financiamento, que apoia empresas com faturamento bruto de até US$ 600 milhões, teria seu orçamento elevado, dos atuais US$ 1,3 bilhão para US$ 2,78 bilhões; o Proex-Equalização, que cobre para os exportadores a diferença entre juros internacionais e os juros disponíveis no país, passaria de US$ 1 bilhão para US$ 1,2 bilhão. Esse aumento foi vetado, porém.
Mais que rejeitar o cálculo do Cofig, o Ministério do Planejamento baixou as verbas destinadas para aquele que é anunciado no site do Banco do Brasil como o "principal instrumento público de apoio às exportações brasileiras". No orçamento, que revela ao setor privado as prioridades e vontades do governo, a dotação do Proex-Financiamento caiu para US$ 800 milhões, e o Proex-Equalização caiu para US$ 400 milhões. Uma queda de 72% em relação à proposta original de financiamentos e de 60% nos recursos para equalização de juros.
"É o contrário do que diz o plano Brasil Maior; em vez de aumentar incentivos para exportar produtos manufaturados, estamos fazendo o inverso", reagiu o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro.
A preocupação maior dos exportadores é com os mercados nos quais investiram nos últimos meses, onde o Brasil começava a ganhar espaço que poderá ser deixado aos competidores asiáticos, especialmente chineses, explica ele. O Proex é particularmente importante como instrumento de financiamento nas exportações das firmas de engenharia brasileiras em concorrências no exterior, em produtos como máquinas e equipamentos industriais, os chamados bens de capital. O orçamento mais curto faria sentido se o governo estiver apostando no fiasco dos brasileiros nas concorrências internacionais.
Integrantes do Cofig consultados pelo Valor não quiseram comentar o assunto, a pretexto de que será tema ainda de debate no governo. O Ministério do Planejamento garantiu, por meio da assessoria, que "o governo sempre apoiou e continuará apoiando as exportações brasileiras, em especial as de alto valor agregado". Só que o apoio não se traduziu em números e indicações concretas no orçamento. "O orçamento de 2012 foi analisado sob ótica diferente do ano anterior e traz uma proposta compatível com o momento econômico em que se está vivenciando uma série de incertezas internacionais", argumenta o ministério.
Segundo os técnicos do orçamento, a previsão de verbas procurou "resguardar os recursos necessários para atender as operações estratégicas" compatíveis com a capacidade de financiamento do país. "Em função da incerteza com relação à evolução do cenário internacional", diz a nota enviada ao Valor, o governo, como no passado, poderá fazer "adequações necessárias, complementando o orçamento do Proex", caso seja "verificada a necessidade de ajustes em virtude de novos fatos".
De fato, é prática governamental a complementação do orçamento do Proex, após intensas e difíceis negociações na burocracia. Mas, além da disparidade entre os recursos considerados necessários pelo órgão criado para coordenar as ações de comércio exterior, outro problema, desta vez, é a insuficiência dos recursos até para cobrir as operações já previstas em 2012, conforme indicações do setor técnico. Os pedidos encaminhados ao governo já superam os recursos reservados para o Proex no ano que vem. Em vez de facilidades, criou-se um desestímulo aos exportadores na busca de mercados.
Os responsáveis pelo orçamento, obrigados a acomodar as inumeráveis pressões técnicas e políticas por verbas, tentam dar alguma racionalidade à previsão de gastos, e, como explicitam na justificativa encaminhada ao Valor, contam fazer ajustes durante o ano, talvez facilitados por algum aumento de receita.
O Ministério do Planejamento garante, na nota, estar "atento às despesas estratégicas do país". Atenção, apenas, não basta, é preciso sinalizar aos agentes privados. E o que os brutais cortes no orçamento para o Proex sinalizam é que exportar, aparentemente, não é tão estratégico assim para o governo.
Sergio Leo para O Valor, é repórter especial e escreve às segundas-feiras

As viagens do Delfim



"A cada desvalorização de 1% do dólar (que valoriza o real), o preço médio das commodities (CRB) tende a cair 3%, o que ameniza a pressão inflacionária. O efeito sobre as commodities pode ainda ser ampliado pela redução do crescimento da China, em consequência do desaquecimento mundial".
"As incertezas são tantas que em apenas uma semana "tudo ficou melhor": as Bolsas "explodiram" diante da aparente ação "decisiva" de Merkel e Sarkozy (criação de fundo "virtual" de € 1 trilhão, de origem ainda desconhecida, e a imposição de corte de 50% da dívida grega junto aos bancos); na mesma semana; "tudo ficou pior": as Bolsas "desabaram", quando o primeiro-ministro grego Papandreou, assustado com a reação interna, sugeriu uma "consulta popular", que foi rejeitada. Tem razão Shakespeare, quando nos adverte que a vida é uma viagem perigosa!"

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Em Belém, Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica Ilona Peuker



Esta semana Belém sediará mais um grande evento esportivo: o Campeonato Brasileiro de Ginástica Rítmica Ilona Peuker. A competição também contará com apresentação da equipe de ouro da ginástica brasileira, que foi destaque no Pan-Americano de Guadalajara, no México. As meninas da Seleção Brasileira de Ginástica se apresentarão durante a cerimônia de abertura e encerramento do evento na capital paraense.

As estrelas da ginástica rítmica brasileira são garantia de um espetáculo único, que reúne beleza, sincronismo, simpatia e muita técnica. “Apostamos em mais esse evento de caráter nacional e com a presença ilustre das campeãs do Pan 2011. Será uma grande festa”, vaticina o secretário de estado de Esporte e Lazer, Marcos Eiró.

A disputa no Campeonato Brasileiro será dividida nas categorias pré-infantil, infantil, juvenil e adulto, em mais de 20 apresentações de conjunto nos aparelhos, corda, fita, maças, bolas e arco. Cerca de 200 atletas de diversas regiões do país também estarão presentes. O Campeonato começa nesta sexta, 11, a partir das 15 horas, no Ginásio da Escola Superior de Educação Física. No sábado também tem competição, às 9 horas. A entrada é gratuita. (Ascom Seel)

Programação:

Dia 11 de novembro - Sexta-feira

Apresentações

• 15h30 às 16h30 - Conjunto pré-infantil (5 cordas) e conjunto infantil (5 fitas)

• 17h00 às 18h15 - Conjunto Juvenil (10 maças) e Conjunto Adulto (5 bolas)

• 18h45 às 20h00 - Conjunto Juvenil (5 Fitas) e Conjunto Adulto (2 Arcos e 3 Fitas)

 Solenidade de abertura:

20h30 - Com apresentação da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica, campeã do Pan-Americano 2011, em Guadalajara.

Dia 12 de novembro - Sábado

Apresentações:

9h00 às 9h20 - Conjunto Adulto (5 Bolas)

9h35 às 10h05 - Conjunto Adulto (2 Arcos e 3 Fitas)

Premiação:

10h30h - Categoria adulto (por aparelho)

Apresentações:

10h40 às 11h20 - Conjunto Pré-Infantil (5 Cordas) e Conjunto Infantil (5 Fitas)

11h40 às 12h05 - Conjunto Juvenil (10 Maças)

12h25 às 13h00 - Conjunto Juvenil (5 Fitas)

Premiação

13h00 - Categorias pré-infantil e infantil (somatório 2ª apresentação) e Categoria juvenil (por aparelho)

Encerramento:

13h30 - Com apresentação da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica, campeã do Pan-Americano 2011

CULTURA. NÃO PERCA




PROGRAMAÇÃO

5 a 19 de novembro de 2011

Belém - Pará -Brasil



SÁBADO, 5/11Sessão de AberturaCine Olympia – 19h30
Um Outro Ensaio
(Natara Ney, Brasil, 2010, Ficção, 15’)
Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios
(Beto Brant, Renato Ciasca, Brasil, 2011, Ficção, 100’)
DOMINGO, 6/11Sessão EspecialCine Olympia - 17h
Uma Longa Viagem
(Lúcia Murat, Brasil, 2011, Ficção, 97’)

Mostra CompetitivaCine Olympia - 19h
Curtas:
Cine Câmelo (Clarissa Knoll, Brasil, 2011, Doc, 15')
Kinopoéticas - Katari Kamina (Pedro Dantas, 2011, Doc, 15')
Crônicas de uma Morte Anunciada (Ivan Canabrava, Brasil, 2011, Doc, 06')
A Dança do Tempo (Christian Spencer, Brasil, 2011, Doc, 23')
Longa:
Morada (Joana Oliveira, Brasil, 2010, Doc, 78')
SEGUNDA, 7/11Mostra CompetitivaCine Olympia - 19h
Curtas:Ribeirinhos do Asfalto (Jorane Castro, 2011, Ficção, 25')
Soldados da Borracha (Cesar Lima, Brasil, 2010, Doc, 27')
Longa:Terra da Lua Partida (Marcos Negrão, Brasil, 2010, Doc, 52’)

Mostra Tributo a Adrian CowellCine Líbero Luxardo - 19h
Chico Mendes - eu quero viver (40', 1989)
Montanhas de Ouro (52', 1990)
TERÇA, 8/11Mostra Pan-amazônicaCine Olympia – 17h
Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos ( Camilo Cavalcante, Brasil, 2010, Doc, 12')Crônica del Racismo (Verónica Córdova, Bolívia, 2009, Doc,  35’)

Mostra Bruno Assis de jovens RealizadoresSesc Boulevard - 17h
Na Canoa para Aprender (Bruno Assis e Dani Franco, Brasil, doc, 5’)
O mundo de Célia (Bruno Assis, Ronaldo Rosa e Sissa Aneleh, Brasil, doc, 6’)
Toda Qualidade de Bicho (Angela Gomes e Cézar Moraes, Brasil, doc, 10’)
Barcos de Odivela (Angela Gomes e Cézar Moraes, Brasil, doc, 14’)
Sem Fastio (Roger Elarrat e Juliana Machado, Brasil, doc, 40’)
À Margem do Xingu - Vozes Não Consideradas (Damiá Puig, Brasil, doc, 90’)
Mostra CompetitivaCine Olympia - 19h
Curtas:Oysuaminasai (Leandro Tadashi, Brasil, 2011, Ficção, 6’)
Longa:De Ollas y Sueños (Ernesto Cabellos, Peru/Brasil, 2009, Doc, 74’)
Para Vestir Santos (Rosana Matecki, Venezuela, 2011, Doc, 52’)

Mostra Tributo a Adrian CowellCine Líbero Luxardo - 19h
Na Trilha dos Uru Eu Wau Wau (52', 1990)
Nas Cinzas da Floresta (52', 1990)

QUARTA, 09/11 Mostra Pan-amazônicaCine Olympia - 17h
Da Janela do Meu Quarto ( Cao Guimarães, Brasil, 2004, Ficção, 5')
Babás ( Consuelo Lins, Brasil, 2009, Doc, 110’)
A Falta que me Faz (Marília Rocha, Brasil, 2009, Doc, 85’)

Mostra Bruno Assis de jovens RealizadoresSesc Boulevard - 17h
Gente que Brilha (Ivan Oliveira e Edinan Costa, Brasil, doc, 40’)
Carnasat (Wirley Silva, Brasil, doc, 25')
Amor Veneris ou Um Colar de Brilhantes para Uma Pobre Donzela (Isabela do Lago, Vanessa Hassegawa e Arthur Leandro, Brasil, ficção, 3’)
Curtas do I Salão Xumucuís de Arte Digital (Coletivo, Brasil, doc, 3’)
Táxi Zero Hora (Silvio Sá, Brasil, ficção)
Apeú - Em canto, em conto (Ronildo Carvalho, Brasil, doc)
Os Comparsas (Marcio Barradas, Brasil, ficção)
Kronos (Rodolfo Mendonça, Brasil, ficção, 2')
Xandu (Renata do Rosário Lira e Arthur Leandro, Brasil, doc, 10')
Verônica Não Deita (Coletivo, Brasil, ficção, 7')

Mostra CompetitivaCine Olympia - 19h
Curtas:Saltos Amazônicos (Liana Amin, Igor Amin, Brasil, 2011, Doc, 8’)
A Fábrica (Aly Muritiba, Brasil, 2011,Ficção, 15’)
7 Voltas (Rogério Nunes, Brasil, 2009, Doc, 20’)
Matinta (Fernando Segtowick, Brasil, 2010, Ficção, 20’)
Longa:Leite e Ferro (Claudia Priscilla, Brasil, 2010, Doc, 72’)
Mostra Tributo a Adrian CowellCine Líbero Luxardo - 19h
O Destino dos Uru Eu Wau Wau (52', 1999)
QUINTA, 10/11 Mostra Pan-amazônicaCine Olympia - 17h
Juku (Mauricio Quiroga, Bolívia/Argentina, 2011, Doc, 18’)
Nochebuena (Camila Loboguerrero, Colômbia, 2008, ficção, 84’)

Mostra Bruno Assis de jovens RealizadoresSesc Boulevard - 17h
Mostra Cabocão – 2h
60 curtas de 1' e 30 curtas de 4', entre documentários e ficções, resultantes de oficinas de audiovisual realizadas no estado do Amazonas.
Organização: Júnior Rodrigues
Mostra CompetitivaCine Olympia - 19h
Curtas:Sucumbios, Terra sem Mal (Arturo Hortas, Espanha, 2011, Doc, 30’)
Longa:Sem ti Contigo (Tuki Jencquel, Venezuela, 2010, Doc, 43’)
Trópico da Saudade (Marcelo Flores, Brasil, 2009, Doc, 72’)
Mostra Tributo a Adrian CowellCine Líbero Luxardo - 19h
A Tribo que se esconde do homem (66', 1967-69)
Uma Dádiva para a Floresta (25', 2000)
SEXTA, 11/11 Mostra Tributo a Adrian CowellCine Líbero Luxardo – 19h
As Queimadas da Amazônia (45', 2002)
Barrados e Condenados (25', 2000)
Batida na Floresta (59', 2004-5)
O Sonho do Chico (25',2003)
Sessão de encerramentoCine Olympia - 19h
Qual Queijo Você Quer? (Cíntia Domit Bittar, Brasil, 2011, Ficção, 11’15’’)
As Hiper Mulheres (Carlos Fausto, Leonardo Sette, Takumã Kuikuro, Brasil, 2011, Doc, 80’)
ATIVIDADES PARALELAS
OficinasCinema Fora do Eixo - Como fazer?
Instrutor: Cíntia Domit Bittar
Local: Colégio Ideal
Período: 07 a 11/11
Horário: 9h às 13h
Dispositivos Móveis na Era do Cinema Digital
Instrutor: Gilberto Mendonça
Local: Colégio Ideal
Período: 07 a 11/11
Horário: 9h às 13h
WorkshopPsicanálise e Cinema
Instrutor: Manoel Leite
Local: Colégio Ideal
Período: 14 a 19/11
Horário: 9h às 12h