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domingo, 3 de julho de 2011
Falta de reconhecimento foi motivo de mágoa até o fim
"Quando morrer, talvez me façam justiça", disse Itamar a amigo que lhe telefonou quando estava no hospital
JOSIAS DE SOUZA
DE BRASÍLIA
O presidente Itamar Franco levou para o túmulo uma mágoa. Resumiu-a em diálogo com um amigo mineiro: "Quando morrer, talvez me façam justiça".
Ex-auxiliar de Itamar na Presidência, o amigo tocara o telefone para o hospital, no início de junho, com o propósito de animá-lo.
Tirou-o do sério ao injetar na conversa uma menção às homenagens que o PSDB organizava para marcar os 80 anos de FHC.
"Se não fosse por mim, o Fernando Henrique seria hoje um professor universitário", reagiu. "Já fiz 80. Quem se lembrou?" Itamar fez aniversário dez dias depois de FHC. Completou 81 anos em 28 de junho. Na véspera, fora transferido para a UTI.
Morreu sem curar os ciúmes que nutria pelo seu ministro da Fazenda que ajudou-o a transformar-se no improvável que deu certo.
Tão certo que desceu ao verbete da enciclopédia como primeiro presidente civil a eleger o sucessor desde Arthur Bernardes.
Itamar queixava-se de não ser reconhecido como alguém que fez o sucessor. Pior: era como se FHC tivesse feito o antecessor, salvando-o do desastre.
Vice de Fernando Collor de Mello, virou presidente nas pegadas do impeachment. Nos primeiros cinco meses, teve três ministros da Fazenda. Gustavo Krause e Paulo Haddad duraram 75 dias cada. Eliseu Resende, 79.
Os ventos começaram a virar em 19 de maio de 1993. Fernando Henrique encontrava-se em Nova York. Itamar telefonou. "Você aceita ser ministro da Fazenda?"
Dois dias depois, já de volta ao Brasil, FHC assumiu a gerência da inflação. Antes, tinha horizontes curtos. Daí a mágoa de Itamar.
Afora a Fazenda, deu a FHC autonomia para montar a equipe que formulou os alicerces do Plano Real, base do palanque presidencial. Deu-lhe um horizonte.
Passados no filtro do tempo, viraram detalhes a ranhetice, o Fusca, os namoros, o Carnaval ao lado da mulher sem calcinha, pelo menos uma ameaça de renúncia...
Já recolhido à UTI, Itamar aguardava pela morte que, segundo a expectativa manifestada ao amigo, pode trazer-lhe o reconhecimento.
sábado, 2 de julho de 2011
Alta do real reacende temor de guerra cambial e agrava problemas econômicos do Brasil
O real brasileiro atingiu sua cotação mais alta em 12 anos frente ao
dólar na sexta-feira (1º), reacendendo o temor de guerra cambial no
Brasil e agravando os problemas econômicos para a presidente Dilma
Rousseff. A cotação do dólar atingiu R$ 1,5523, o valor mais baixo desde
logo após a adoção do cambio flutuante em 1999, devido ao afluxo de
investidores buscando ativos de maior retorno, após o alívio da crise da
dívida grega.
O rápido crescimento econômico do Brasil e as altas taxas de juros
reais de quase 6% tornam seus mercados altamente atrativos para os
investidores estrangeiros, carentes de oportunidades de investimento nos
mercados desenvolvidos.
“As taxas de juros americanas estão próximas de zero, as taxas de juros
britânicas estão próximas de zero, as taxas japonesas estão próximas de
zero e as taxas brasileiras estão em 12,25% –eu diria que esse é o xis
da questão”, disse Neil Shearing, da Capital Economics em Londres.
A contínua valorização da moeda do país é uma dor de cabeça para o
governo de Rousseff, que está preocupado com a perda de competitividade
do setor industrial do país.
O Brasil tem sido um forte crítico da política monetária ultrafrouxa
dos Estados Unidos, conhecida como alívio quantitativo, que é culpada
por injetar liquidez na economia global.
O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) encerrou nesta
semana sua segunda rodada de compra de títulos, chamada de QE2. Grande
parte dessa liquidez, argumenta o Brasil, tem fluido para os mercados
emergentes, como os da América Latina, inflacionando os preços de ativos
e forçando os governos a adotarem controles de capital defensivos.
Mas com o fim do alívio quantitativo, o governo terá que procurar outros motivos para a valorização do real.
Dados do banco central mostram que o investimento estrangeiro direto e
os preços mais altos dos commodities são responsáveis por grande parte
do afluxo de dólares neste ano, em vez de investimentos especulativos.
Aproximadamente US$ 42,4 bilhões fluíram para o Brasil entre janeiro e
abril deste ano, mais de cinco vezes do que no mesmo período no ano
passado. Apenas aproximadamente US$ 7 bilhões disso foram destinados ao
mercado de renda fixa.
Além disso, os lares japoneses continuam sendo firmes compradores de
ativos brasileiros, com aproximadamente US$ 4 bilhões fluindo para o
Brasil a cada mês, de investidores de lá.
O governo se mostrou disposto a permitir o fortalecimento da moeda nos
últimos meses para combater o aumento da inflação, mas uma maior
valorização provocará oposição dos poderosos lobbies industriais do
Brasil.
Rousseff, uma economista, chegou à presidência com a promessa de
reduzir as taxas de juros, mas teve suas mãos amarradas pelo aumento da
inflação.
Shearing disse que a taxa de câmbio real da moeda brasileira frente ao dólar valorizou 12% desde sua alta pré-crise.
Grande parte da força da moeda vem dos preços recordes dos commodities,
que ajudaram a limitar o déficit em conta corrente a aproximadamente
2,3% do produto interno bruto em maio.
“Se o nível das importações se mantiver o mesmo e os preços dos
commodities voltarem aos níveis de 2005, nós reconhecemos que o déficit
ficaria próximo de 5% do PIB, o que se aproximaria do território de
risco”, disse Shearing.
Tradução: George El Khouri Andolfato
UOL/NOTÍCIAS/INTERNACIONAL
UOL/NOTÍCIAS/INTERNACIONAL
Jobim viaja à Europa para ampliar intercâmbio na área de defesa. Viaja sem idiotas
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, viaja nesta sexta-feira (1º/7) à
Europa para uma série de encontros com autoridades da Inglaterra e da
França. Os compromissos fazem parte da agenda internacional da pasta e
têm o intuito de ampliar o intercâmbio com esses países na área de
defesa.
Em Londres, Jobim terá reuniões com o secretário de Defesa do Reino Unido, Liam Fox, visitará instalações militares e assistirá demonstrações sobre equipamentos de segurança e inteligência que serão empregados nos Jogos Olímpicos de 2012. A agenda inclui também uma visita à base naval de Portsmouth, onde Jobim pretende conhecer de perto estaleiros de navios e corvetas britânicos.
Em Marselha, na França, além de participar de um seminário sobre economia e segurança internacional, o ministro irá manter contato com lideranças militares e diplomáticas no país. Jobim retorna ao Brasil em 10 de julho.
Em Londres, Jobim terá reuniões com o secretário de Defesa do Reino Unido, Liam Fox, visitará instalações militares e assistirá demonstrações sobre equipamentos de segurança e inteligência que serão empregados nos Jogos Olímpicos de 2012. A agenda inclui também uma visita à base naval de Portsmouth, onde Jobim pretende conhecer de perto estaleiros de navios e corvetas britânicos.
Em Marselha, na França, além de participar de um seminário sobre economia e segurança internacional, o ministro irá manter contato com lideranças militares e diplomáticas no país. Jobim retorna ao Brasil em 10 de julho.
Presentão do governo ao Pão de Açúcar
Incentivo ao monopólio e ponto. E ninguém do Governo abre a boca.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
E agora como é fica essa grande M........
Como devolvem a inocência do homem? e de muitos homens inocentes que foram injustamente condenados? quanto vale uma simples declara;áo de uma pessoas para condenar pessoas? (neste caso camareira).
O ex-diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn foi solto, pela Justiça de Nova York, sob condição de que irá voltar à corte e responderá processo criminal. A Justiça não devolveu o passaporte de Strauss-Kahn.
"Eu entendo que as circunstâncias deste caso mudaram substancialmente e concordo que o risco dele não aparecer aqui diminuiu. Eu solto Strauss-Kahn sob liberdade provisória", afirmou o juiz Michael Obus.
Obus também concordou em restituir a fiança de US$ 1 milhão e o depósito de garantia de US$ 5 milhões pagos quando Strauss-Kahn foi para prisão domiciliar, diz a emissora americana MSNBC.
Segundo Benjamin Brafman, um dos advogados de Strauss-Kahn, o ex-diretor geral do FMI "será declarado inocente"
Os últimos elementos relacionados ao caso "reforçam nossa convicção de que será declarado inocente (...). É um grande alívio", disse Brafman após a decisão da Justiça de Nova York.
Strauss-Kahn é acusado de tentativa de estupro contra uma camareira de hotel em maio passado.
O ex-diretor-gerente do FMI foi solto porque os promotores têm dúvidas sobre o testemunho da suposta vítima de Strauss-Kahn e consideram que a camareira mentiu repetidas vezes desde o dia 14 de maio, quando ocorreu o incidente em um quarto de hotel em Nova York.
Segundo o jornal "New York Times" a polícia descobriu supostos vínculos da vítima, uma guineana de 32 anos, com atividade criminosa, incluindo lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
Várias pessoas fizeram depósitos em dinheiro - que somaram US$ 100 mil - na conta bancária da suposta vítima nos últimos dois anos, e os promotores teriam conversas gravadas da camareira com indivíduos sobre o pagamento pela acusação de agressão sexual, destaca o jornal.
Leia mais no UOL
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Em homenagem a FHC, Maia destaca o 'homem de bem'
Na homenagem aos 80 anos do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente da Câmara dos
Deputados, Marco Maia (PT-RS), saudou o tucano como um "homem de bem".
Colocando de lado as diferenças partidárias entre PT e PSDB, Maia
cumprimentou o ex-presidente, na solenidade realizada no auditório
lotado do Senado Federal, por sua trajetória essencialmente democrática.
"Podemos ter divergências de conteúdo,
discordância sobre alguns fatos, mas somos capazes de reconhecer em
Vossa Excelência um homem de bem", discursou Maia, lembrando as
diferenças programáticas entre PT e PSDB. O presidente da Casa também
destacou o papel de Fernando Henrique na construção e consolidação da
democracia brasileira. "Me sinto orgulhoso de poder dizer e afirmar que
vivemos num País verdadeiramente democrático e Vossa Excelência tem
muita responsabilidade nisso. Vossa Excelência é, na essência de sua
trajetória, um democrata" disse o petista.
Maia reconheceu que era difícil tentar
tirar votos de Fernando Henrique nas campanhas presidenciais de 1994 e
1998, quando o tucano venceu o então candidato a presidente pelo PT,
Luiz Inácio Lula da Silva. "O eleitor reconhecia em seu trabalho um
homem comprometido com os interesses maiores do Brasil e do povo
brasileiro."
(Agência Estado)
Infraestrutura da China
Programa à pobreza extrema do MDS, sem nada novo e sem porta de saída para realmente diminuir a pobreza extrema
Em entrevista no Bom Dia Pará a Secretária Extrordinária de Combate à Pobreza Extrema do MDS, não conseguiu agregar nada novo ao que o governo federal já vem fazendo para combater à pobreza extrema. Apenas identifica que no Brasil quem recebe menos de R$ 70,00 encontra-se nessa situação. 16 Milhões de pessoas. Grande descoberta, o IBGE já dispunha dos dados.
Além da dificuldade de explicar as inovações que existem no MDS, só agrega que se está gastando mais recursos aprofundando o que já existe, a Bolsa Família, o resto é política pública inserida nos programas da obrigação do Estado. Nada extraordinário é apenas serviços públicos, saúde, educação, infraestrutura básica, etc.
Conclusão: mais dinheiro para Bolsa Família, inclusão produtiva por meio de mais recursos para costureiras, para pessoas fazer croche, tricô, paozinhos de qqueijo, etc.
a grande inovação que era proposta do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) foi extinto. Era a real possibilidade de constituir uma porta de saída para o resolver o problema da pobreza de forma estruturante e não apenas com soluções puntuais.
Além da dificuldade de explicar as inovações que existem no MDS, só agrega que se está gastando mais recursos aprofundando o que já existe, a Bolsa Família, o resto é política pública inserida nos programas da obrigação do Estado. Nada extraordinário é apenas serviços públicos, saúde, educação, infraestrutura básica, etc.
Conclusão: mais dinheiro para Bolsa Família, inclusão produtiva por meio de mais recursos para costureiras, para pessoas fazer croche, tricô, paozinhos de qqueijo, etc.
a grande inovação que era proposta do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) foi extinto. Era a real possibilidade de constituir uma porta de saída para o resolver o problema da pobreza de forma estruturante e não apenas com soluções puntuais.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Os economistas estão diante de um novo e excitante momento
Antonio Delfim Netto
28/06/2011
Esse é um momento particularmente interessante para os economistas.
A crise de 2007/09, que atingiu o sistema financeiro e interrompeu o "circuito econômico", já custou mais de 5% do PIB mundial e deixou desempregados mais de 30 milhões de honestos trabalhadores.
Ela mostrou as limitações dos nossos conhecimentos de como funciona, de fato, o sistema econômico.
, também, a precariedade do que parecia ser uma revolução científica: a construção da economia financeira, separada da macroeconomia, feita por pequenos economistas, supostos grandes matemáticos!
O economista é um cientista social que procura entender como funciona o mundo real (e não impor-lhe o que gostaria que ele fosse). Tenta encontrar algumas regularidades e organizar histórias plausíveis sobre elas.
O resultado do seu trabalho deve ajudar a lubrificar o funcionamento das instituições que levam ao desenvolvimento sustentável com justiça social.
Os economistas estão diante de um novo e excitante momento
Nem toda atividade social é de interesse da economia, mas toda atividade econômica é de interesse social. O agente econômico é um animal mais complicado do que supúnhamos: aprende com uma racionalidade limitada inserido num universo de incertezas.
O individualismo metodológico e os agentes representativos que estão na base das nossas construções teóricas são insuficientes para entender o fenômeno das redes que dominam o universo social, da tendência à imitação dos agentes e da segurança que a norma lhes dá.
Eles certamente movem-se por estímulos e interesses, mas num espaço social, numa rede na qual cada um é apenas um elemento, o que condiciona as suas escolhas.
A pobre discussão que envolveu a ideia de "Estado mínimo", por exemplo, era apenas uma ação ideologicamente motivada. Na verdade, não existe "mercado" sem um Estado capaz de garantir as condições de seu funcionamento.
Numa larga medida, a forma de organização do sistema produtivo é ditada pelos que detêm o poder político e formulam a política econômica que serve aos seus interesses. A sua construção teórica e a formalização para justificá-la também são um produto ideológico.
Leia o artigo do Antonia Delfim Neto completo no Valoronline.com
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