sábado, 5 de março de 2011

TRAJETÓRIAS DO DESENVOLVIMENTO

Da ilusão do crescimento ao imperativo da sustentabilidade 




Este livro é um amplo levantamento – em linguagem clara e comunicativa – das variadas concepções do desenvolvimento que se sucederam ao longo das últimas décadas: das teorias clássicas às marxistas, das teorias institucionalistas às do desenvolvimento sustentável. Percorrer essas ideias e conhecer seus formuladores proporciona ferramentas indispensáveis para debater os impasses do mundo de hoje.

Mas o debate sobre os desafios do desenvolvimento, como lemos aqui,, é uma consequência direta da grande depressão dos anos 1930. No âmbito da polarização entre o socialismo intervencionista e o capitalismo keynesiano, os economistas mergulharam numa rica e polêmica discussão sobre como reduzir a vulnerabilidade às crises, as mazelas da pobreza e do atraso e as incertezas quanto ao futuro. Os trinta anos que se seguiram ao final da Segunda Guerra foram decisivos em termos de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento, com a convergência das dimensões econômica e social.

A crise fiscal do Estado, marcante nos anos 1970, obscureceu o tema, na medida em que crescia um certo desencanto quanto à real capacidade do Estado em promover o desenvolvimento. Tanto na academia quanto nas ações políticas, parecia que o debate voltaria à pauta das virtudes do mercado como regulador principal e fundamento da evolução dos negócios públicos e do bem-estar social.

No entanto, a emergência da questão ambiental, desde os anos 1970, ajudou a que as teorias (e práticas) do desenvolvimento fossem revistas e atualizadas, agora com a inclusão da dimensão ecológica como conteúdo indissociável da economia e do bem-estar. O conceito de sustentabilidade revigora e dá novo conteúdo ao debate.

Este livro tem o mérito de lançar luz, de forma didática e atual, sobre o tema. A releitura de autores clássicos do desenvolvimento é agora apresentada com o foco também na sustentabilidade. Com isso, ganham os estudantes e pesquisadores, que passam a dispor de uma obra de referência clara, objetiva e de grande atualidade. Ganham também os tomadores de decisão, que encontrarão no texto bases relevantes para as políticas públicas.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Finep - Financiamento para inovção

Ao tomar posse no fim de janeiro do comando da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, Glauco Arbix, especialista em politica industrial e inovação, deu um sinal da razão de ter sido escolhido. Ele foi taxativo: "O Brasil precisa de um choque de inovação em todas as esferas e dimensões, na economia e na sociedade", disse. Falou em "mobilizar o Brasil para inovação", mas lembrou que "a inovação é uma combinação de processos, conclusões e síntese de eventos anteriores". E reconheceu: "Não há varinha de condão. Há travessia, criação e uso intensivo de conhecimento processado por pessoas".

Educação - Universidades lançam cursos voltados para o mercado "verde"


A preocupação do mercado com o impacto social e ambiental dos negócios está fazendo as universidades brasileiras criarem cursos de graduação que tenham a sustentabilidade como um de seus principais pilares.
Nos últimos anos, os currículos de bacharelados e licenciaturas têm ganhado novas ênfases como biodiversidade, agroecologia e energias renováveis. Mesmo com enfoque "verde", as escolas não deixaram de lado a empregabilidade dos recém-formados, fechando parcerias com empresas e adaptando seus conteúdos às necessidades das companhias nas regiões onde atuam.

A maior parte dos novos cursos se concentra em áreas como engenharia e agronomia. A formação técnica, no entanto, passa a ser complementada por disciplinas que relacionam a atividade produtiva ao impacto social e ambiental. "Como essa é uma questão cada vez mais valorizada pelas indústrias, os alunos precisam ter formação multidisciplinar, com uma visão moderna desse novo mercado", afirma Carlos Carneiro, coordenador do curso de engenharia mecânica: energias renováveis e tecnologia não poluente da Universidade Anhembi Morumbi, criado no ano passado.

A instituição abriu recentemente uma graduação em engenharia ambiental e sanitária. Ambos os bacharelados já possuem parcerias com indústrias e um laboratório de estudos em produção limpa. "As empresas brasileiras já têm a consciência de que produzir de forma mais eficiente envolve menos impacto ambiental e gastos de energia. Isso exige profissionais que tenham perfil e formação especializados", afirma Carneiro.

O futuro da produção de energia também motivou a criação do bacharelado em engenharia de energias renováveis e ambiente, na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em 2006. Inicialmente dirigido ao agronegócio, o curso, que fica em Bagé, no Rio Grande do Sul, voltou-se para as tecnologias renováveis. A mudança abriu portas para os alunos, uma vez que três parques eólicos estão sendo construídos na região. "O mercado de trabalho é amplo e abrange usinas de energia, renovável ou não, e qualquer indústria que tenha preocupação com a eficiência energética", afirma a coordenadora Cristine Schwanke.

Apesar de novo e ainda sem nenhuma turma formada, o curso já é o segundo mais disputado do campus, só perdendo para a engenharia de produção. "O currículo prevê uma mistura de conhecimentos básicos, específicos e profissionalizantes, sempre permeados pela parte ambiental", diz.

Incentivada pelo Governo Federal por meio do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), a interdisciplinaridade também é a marca do curso de agroecologia e biotecnologia da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), com campus em Santarém. Com 200 recém-ingressos, a nova graduação começou as aulas em 24 de fevereiro.

Segundo João Ricardo Gama, diretor do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef) da instituição, os alunos escolhem a ênfase que vão dar ao curso após o segundo semestre. No final, os formandos podem ter diplomas de farmácia, agronomia, engenharia florestal ou zootecnia. No futuro, os estudantes ainda poderão escolher a especialização em engenharia de alimentos.
Todas as graduações têm a sustentabilidade como viés principal. "O objetivo é promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia, passando pela transformação da biodiversidade em produto", afirma Gama. Segundo ele, a demanda na região é grande para profissionais com essa formação. "Além de empresas e órgãos públicos, há possibilidade de atuação em assentamentos e comunidades de agricultura familiar."

A agricultura familiar, inclusive, foi a principal motivadora do curso de agroecologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), criado em 2009 e já na sua terceira turma. A coordenadora do curso, Anastácia Fontanetti, acredita que a ênfase nas pequenas comunidades não limita a atuação do profissional. "O curso foi criado para atender à necessidade do mercado, que exigia profissionais de agronomia com visão mais ampla tanto da parte produtiva quanto dos impactos ambiental e social."


O escopo abrangente, na opinião da coordenadora, torna o profissional com essa formação apto para trabalhar em mercados locais, com certificação de produtos orgânicos, e nas grandes empresas. "Nessas companhias, o agroecólogo pode atuar com restauração de áreas degradadas, avaliação e perícias de impacto ambiental", explica.

A relação candidato/vaga do curso, que é oferecido no campus de Araras, no interior de São Paulo, quase dobrou este ano em relação a 2010. O aumento do interesse dos alunos tem feito com que a coordenação busque parcerias com empresas e órgãos públicos. "Já recebemos pedidos de indicação para assistência técnica em agricultura orgânica", comemora. O futuro da profissão, segundo Anastácia, é promissor. "A agronomia é uma atividade que está se valorizando no Brasil. A agroecologia vai além e atende a essa demanda de sustentabilidade, que será cada vez mais cobrada do profissional."

Valor Econômico

quinta-feira, 3 de março de 2011

Banco Central decreta aumento de juros. Entenda como fica a economia

Uma economia aquecida em geral é bom para todos: há mais vendas para os empresários e mais empregos para os trabalhadores.
No entanto, se há muita procura de produtos, eles podem ficar escassos e passarem a custar mais caro, causando inflação.
O Brasil possui um sistema de metas para inflação que foi instituído em junho de 1999 pelo Banco Central (BC). O indicador considerado é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para manter o nível de inflação esperado, o governo faz uso da política monetária, através da taxa básica de juros, a Selic.

Assim, caso o BC observe que a inflação corre o risco de superar a meta, a tendência é elevar os juros.

A taxa de juros foi o instrumento escolhido pelo governo, pois ela determina o nível de consumo do país, já que a taxa Selic é utilizada nas transações bancárias e, portanto, influencia os juros de todas as operações na economia.

A Selic é utilizada pelos bancos como um parâmetro. A partir dela, as instituições financeiras definem quanto vão cobrar por empréstimos às pessoas e às empresas.

Caso os juros do país estejam altos, o consumidor tende a comprar menos, porque a prestação de seu financiamento vai ser mais alta. Isso reflete na queda da inflação.

Segundo a lei da oferta e da procura, quanto maior a demanda por um determinado produto, mais elevado é o seu preço.

Do contrário, se uma mercadoria ou serviço não forem tão procurados, o preço tende a cair para atrair mais compradores.

A taxa de juros é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), um órgão do BC, em reuniões que ocorrem a cada 45 dias em Brasília.

Desse encontro participam o presidente do Banco Central e diretores de política monetária e econômica da instituição.
Os juros altos são benéficos para os investidores. Quem compra um título do governo, por exemplo, recebe mais se a taxa de juros estiver subindo.

No entanto, uma taxa alta prejudica a maioria da população, que paga crediários maiores, e os empresários, que encontram dificuldades para vender sua produção e expandir negócios, pois fica caro comprar máquina, por exemplo.

UOL.

Mapa do IDH


Divisão compreende:
muito elevado 42 países
elevado 43 países
médio 42 países
baixo 42 países

quarta-feira, 2 de março de 2011

UFPA inaugura Espaço Instituto de Tecnologia (ITEC/UFPA) Cidadão



A área do ITEC Cidadão compreende os Bosques Camilo Viana e Benito Calzavara,  entre o campus básico e profissional da UFPA. A solenidade de inauguração foi realizada na manhã desta quarta-feira, 2, com a presença do reitor, professor Carlos Maneschy; da diretora geral do ITEC, professora Maria Emília de Lima Tostes; da coordenadora do Espaço ITEC Cidadão, Gina Calzavara; de pró-reitores e comunidade em geral.

Na solenidade, o reitor Carlos Maneschy, falou dos avanços que a universidade vem conquistando nos últimos anos com investimentos em infraestrutura e em recursos humanos. Mas destacou que, juntamente com esse investimento, é preciso que se avance em cidadania. “Não podemos pensar e avançar apenas em infraestrutura, é preciso ter responsabilidade social e este espaço é um avanço nesse sentido, quando nos preocupamos com a qualidade de vida, com o meio ambiente, com o cidadão”, disse.

O Espaço será gerenciado pelo Instituto de Tecnologia (ITEC/UFPA) e permitirá a realização de múltiplas atividades, como oficinas, palestras, reuniões, entre outras práticas extensionistas destinadas à sensibilização ambiental e à responsabilidade social. “Aqui, por exemplo, o professor poderá ministrar uma aula ou palestra. Os alunos da área de saúde poderão desenvolver ações educativas e preventivas, como exames de glicemia, verificação da pressão arterial, enfim, é uma séria de atividades que este espaço vai oferecer à comunidade”, enfatizou Gina Calzavara.

A professora Maria Emília Tostes destacou a importância do espaço para o trabalho do Instituto na produção de tecnologia voltada para a qualidade de vida. “Será um ponto de encontro para alguns dos projetos de extensão do ITEC, como por exemplo, a reciclagem, o uso adequado de resíduos, a questão energética, dentre outras tecnologias que contribuem para a preservação do meio ambiente.”

Atividades – Algumas atividades já estão acontecendo no Espaço ITEC Cidadão, como oficina de craquelê promovida pelos estudantes de turismo; oficina de artesanato para as alunas da Universidade da Terceira Idade (Uniterci); e campanha de combate à dengue, promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). “Teremos vários parceiros atuando no Espaço, como as Secretarias de Saúde e de Meio Ambiente”, observou Gina Calzavara. 
 (UFPA)

Bolsa Família, experiências de sucesso e o Banco Mundial





A maneira de introduzir o tema se faz necessário ressaltar que o Brasil não é o único país dentre os emergentes ou da América Latina que tem um programa de Bolsa Família. A idéia que se originou de uma política do Banco mundial tinha como objetivo inicial de romper o ciclo de pobreza que se gera quando existem pais pobres e filhos pobres. Assim, a família recebe uma bolsa por enquanto os filhos frequentam a escola. Dessa forma se romperia o circulo vicioso já que filhos com educação terão futuramente uma situação que gere independência econômica.

Existem vários programas na América Latina. Um dos mais antigos é o programa mexicano, Bolsa oportunidade. Existem outros nomes para identificar os mesmos benefícios, no Chile se chama Chile Solidário.

O diferencial do Programa Bolsa Família mexicano é que ele alcança a crianças até 22 anos, No Brasil, só até 15 e os recursos vão de US$ 11,00 até cerca de US$ 60,00 e na medida em que as crianças progridem na escola, o valor da bolsa aumenta. Isso obriga permanência da criança na Escola

No México também, a bolsa família é maior para crianças mulheres, para evitar que elas sejam retiradas das escolas para trabalhar em casa ou na rua, como acontece muitas vezes na nossa realidade.

Outra característica da bolsa família mexicana é que lá existe uma avaliação externa ao governo, uma consultoria que ajuda a construir uma maior credibilidade  ao programa. 

Pelas críticas que recebe a bolsa família brasileiro da a impressão que o programa existe só no Brasil e que é um mal necessário, muito momentâneo e  só é pago com recursos do orçamento federal.

A bolsa família mexicana também conta com um grande respaldo do Banco Mundial, tão é assim, que recentemente os recursos para esse programa foram aumentados pelo órgão internacional.

Recentemente, o Banco aprovou US$ 1,25 bilhões em financiamento adicional para apoiar o Programa Oportunidades de México, que é um programa de transferências monetárias condicionadas, beneficiando diretamente 5,8 milhão de famílias mais vulneráveis desse país. Vale a pena lembrar que a população mexicana  alcança a cerca de 109 milhões (metade da população brasileira)  e a cobertura do programa bolsa família mexicano alcança a cerca da metade  do bolsa família do Brasil,, que representa uma cobertura de mais de 12 milhões de famílias. 

O financiamento recentemente aprovado complementa um apoio permanente do Banco para o popular programa que fornece dinheiro aos mexicanos pobres para melhorar suas condições de saúde, educação e nutrição, incluindo check-ups médicos regulares, assim como freqüência escolar e matrículas para as crianças, entre outros. Em 2009, o Banco aprovou US$ 1,5 bilhão para apoiar o Oportunidades.

Oportunidades é um programa de longo prazo, que provou que pode ter um efeito benéfico sobre os mais pobres, fazendo um impacto positivo sobre o bem-estar de pessoas e formação de capital humano. O programa tem sido fundamental para a elaboração de políticas públicas do governo mexicano, e nós vamos continuar trabalhando para reduzir os níveis de pobreza extrema, tanto nas zonas rurais quanto nas zonas urbanas“, disse Salvador Escobedo, coordenador nacional Oportunidades.

Com este empréstimo adicional, o Banco pretende financiar os custos associados com a operação do programa, em 2011-2013, expandir suas atividades e melhorar a sua eficácia, melhorando assim os resultados para os beneficiários.

Oportunidades provou ser um programa eficaz e fundamental na luta contra a pobreza, tornando-se um pilar na estratégia do governo para enfrentar a crise. Embora o panorama econômico é positivo, é necessário manter as redes de proteção social, pois representam investimentos em capital humano, fundamental para o desenvolvimento econômico inclusivo e social “, observou o Diretor do Banco Mundial para o México e a Colômbia, Gloria Grandolini.

No México, o programa começou como parte de um amplo esforço para tornar mais eficientes redes de proteção social, substituindo assim os subsídios que não foram concentrados nos grupos mais necessitados. O primeiro empréstimo do Banco Mundial para o Oportunidades foi aprovado em abril de 2009. O programa reduziu as taxas de abandono escolar entre as sextas e sétimas séries e aumentou o uso do serviços preventivos de saúde.

O apoio ao programa está baseado em rigorosas avaliações externas que analisaram resultados concretos em termos de educação e saúde entre as crianças participantes. A continuação do programa, combinado com uma expansão de cobertura, pretende aumentar os níveis de consumo nas famílias mais pobres, bem como reduzir os níveis de pobreza através de investimentos em capital humano.

Sempre que a Presidenta fala sobre importância de programas e estratégias a serem adotadas pelos governos, ela faz menção à importância de resgatar o que existe no Estado da Arte nos nossos vizinhos ou países semelhantes. Este programa do México é um caso interessante a conhecer e a agregar ao novo programa de Bolsa Família do Governo da Presidenta Dilma, e olha que o México é considerado um governo neoliberal por excelência.

Pela dimensão País e pelas necessidades de ressarcir uma dívida histórica do Brasil com sua população mais pobre, o sucesso da bolsa família está sendo garantia pela implantação de uma nova fase, que com certeza atingirá as metas já traçadas pela Presidenta Dilma. A meta de erradicar a pobreza extrema, os mais desvalidos e menos protegido, um desafio que deverá ser alcançado nestes 4 anos do mandato da Presidenta.