quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Biodiversidade - O composto antiesquizofrenia a base de frutas


Substância de plantas e frutas se une a células-tronco para tratar doenças mentais

Uma substância encontrada em plantas e frutas como o maracujá, a laranja e o limão pode ser a chave para o tratamento de transtornos mentais como a esquizofrenia, que afeta 1% da população mundial.

O primeiro passo para essa terapia seria um estudo publicado por oito pesquisadores brasileiros na próxima edição da revista "Stem cells and development", uma das principais do mundo na área de células-tronco.

A equipe, coordenada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, é a primeira a estudar o efeito de flavonoides - um composto fartamente encontrado na natureza - em células-tronco embrionárias ou reprogramadas. O grupo não almejava o combate de doenças psíquicas, mas já avalia que esta poderia ser uma aplicação de seu trabalho.

Uma série de pesquisas já havia identificado os efeitos antioxidantes dos flavonoides. Trata-se de uma característica benéfica, que reduz o risco de diversas doenças e até retarda o envelhecimento.

- É um composto estudado há muito tempo. Já se descreveu sua ação hormonal, anti-hemorrágica, anticâncer - lembra Stevens Rehen, diretor do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias. - O flavonoide também está presente em alimentos processados, como chá e vinho. Ainda assim, nunca haviam experimentado o seu efeito sobre o metabolismo de células-tronco.

Rehen, então, resolveu incluir a substância em sua pesquisa. E o fez de duas formas. A primeira, com células-tronco embrionárias, que têm o potencial de se transformar em diversos tipos. Para isso, são diferenciadas em laboratório, de modo que ocupem adequadamente o tecido onde são necessárias.

A segunda forma, e a mais importante para ele, é com células reprogramadas.

- Extraímos célula da pele de indivíduos adultos, reprogramamos este material e transformamos em neurônios- explica Rehen.

Aí entra o flavonoide. O composto, retirado da catingueira - uma planta típica do Nordeste semiárido -, impediu a morte celular e praticamente triplicou o número de neurônios gerado pelas células.

- Podemos dizer que o flavonóide deixa a célula-tronco mais propensa a se transformar em um neurônio - comemora Rehen. - Para haver essa conversão, a  célula precisa ter acesso a uma substância chamada ácido retinoico. Chegar a ela exige um receptor. E o flavonóide aumenta justamente o número desses receptores. Como a célula reprogramada vem da pele do próprio paciente, será possível criarmos uma medicina individualizada.

Uma substância que, como o flavonoide, é um antioxidante e favorece a formação de neurônios, poderia ser usada para aumentar a memória de um cérebro já formado. Também reduziria a possibilidade de qualquer transtorno que prejudicasse o desenvolvimento daquele órgão. Essas utilidades, no entanto, ainda dependem de novos estudos. Mas a prioridade da equipe é outra: testar o componente natural no combate a doenças mentais. Algumas enfermidades, como a esquizofrenia, destroem a via que liga
o ácido retinoico às células. O flavonoide poderia reparar essa ligação, facilitando a produção de neurônios - e, assim, combatendo os sintomas característicos daquele transtorno.

Para isso, no entanto, é preciso conhecer melhor o material que protagoniza esse tratamento. A equipe de Rehen prepara-se para estudar os efeitos antioxidantes do flavonoide sobre neurônios reprogramados de pacientes com transtornos mentais.

- O desenvolvimento da esquizofrenia tem como característica disfunções no sistema antioxidante - lembra o pesquisador. - Portanto, ao estudarmos as propriedades desse
composto encontrado em frutas e plantas, estamos nos informando sobre como podemos usá-lo para combater os transtornos mentais.

O estudo foi realizado com camundongos, a partir de células embrionárias e reprogramadas daquele animal. Nos últimos seis meses, no entanto, os pesquisadores já ensaiam o início de um levantamento semelhante com humanos.
(Renato Grandelle)
(O Globo, 9/2)

Educação - Calouros que fizeram o Enem serão dispensados de Enade



Instituições privadas reivindicavam a mudança na avaliação do ensino superior. Segundo Haddad, medida vale a partir deste ano

Os universitários recém-chegados ao ensino superior que forem convocados a participar do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) poderão ser dispensados de fazer a prova. A condição é ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O ministro da Educação, Fernando Haddad, informou nesta terça-feira (8/2) que a medida atende antiga reivindicação das instituições privadas de ensino superior e vale a partir deste ano.

Segundo Haddad, as opiniões das instituições são importantes para aprimorar os processos de avaliação. A mudança, nesse caso, reflete aperfeiçoamento na opinião do ministro. Haddad disse que as faculdades reclamavam que, com o atual desenho do Enade (que avalia estudantes no final do primeiro ano de curso e no último), o esforço feito por elas para nivelar o conhecimento dos calouros não era observado.

"A alteração foi feita no sistema a pedido das instituições. O esforço de nivelamento dos alunos feito por elas no primeiro ano das graduações não era medido", disse. De acordo com o ministro, isso altera o fator de ponderação que dá nota aos cursos de graduação e à própria instituição. Outras propostas apresentadas pelas instituições estão ainda em análise.

Enade

O exame é aplicado a alunos ingressantes e concluintes de cursos superiores com o objetivo de medir a qualidade do ensino oferecido pelas instituições brasileiras. Eles são escolhidos por amostragem, mas precisam fazer o exame para receber o diploma. Quem não pode comparecer à prova precisa justificar a ausência.

Cada graduação recebe uma nota em uma escala de 1 a 5, sendo que 1 e 2 são considerados desempenho insatisfatório; 3, razoável; e 4 e 5, bom. Cada curso passa pela avaliação de três em três anos. O Enade é um dos fatores utilizados para compor a avaliação dos cursos superiores e das instituições.

(Priscilla Borges)
(IG, 8/2)

Ibama multa fazendas em R$ 155 milhões por quebra de embargo no sul e sudeste do Pará




O Ibama vistoriou durante a operação Harpia, entre 17 e 31/01, mais de 72 mil hectares de áreas ilegalmente desmatadas e embargadas no sul e sudeste do Pará. Essa extensão de terra, junta, equivale a mais de duas vezes o tamanho da cidade de Fortaleza, no Ceará. Segundo os fiscais da Gerência Executiva do órgão em Marabá, poucas propriedades respeitaram a sanção, não permitindo a recuperação do meio ambiente degradado. Na ação, nove fazendas acabaram multadas em cerca de R$ 155 milhões – tanto por descumprir o embargo quanto impedir a regeneração da floresta – em São Félix do Xingu, Santana do Araguaia, Cumaru do Norte, Santa Maria das Barreiras e Bannach.

“Se a proibição de uso tivesse sido cumprida, já haveria uma mata crescendo nestas áreas. Ao invés disso, encontramos pastagens, com rebanhos associados. A continuação da atividade pecuária impediu a regeneração natural da floresta”, explica o coordenador da operação, Diego Guimarães, da Divisão de Fiscalização do Ibama em Marabá. Todos os fazendeiros autuados foram notificados para retirar em até 30 dias o gado das áreas embargadas.

A operação Harpia é uma das maiores investidas do Ibama contra a quebra dos embargos aplicados às áreas ilegalmente desmatadas no Pará. Ela aconteceu simultaneamente nas regiões de Marabá, no sul e sudeste, e em Santarém, no oeste do estado.

“O Ibama está preparando o terreno para futuras ações de fiscalização nos moldes da operação Boi Pirata I e II. Quem insistir em criar gado em terras desmatadas e embargadas, vai ter os animais apreendidos. A pecuária ilegal é um dos grandes responsáveis pelo desmatamento da floresta amazônica e será combatida”, afirmou o chefe da Divisão de Fiscalização do instituto no Pará, Paulo Maués. Em 2011, 90 operações de médio e grande porte estão prevista para ocorrer no Pará.

Manejo sem floresta: mais R$ 80 mi em multas

Ao vistoriar a Fazenda Rio Tigre, em Santana do Araguaia, fiscais da operação Harpia flagraram mais um plano de manejo florestal fraudado em atividade no Pará. A propriedade, embargada pelo Ibama desde 2006, obteve aprovação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), ano passado, para explorar milhares de metros cúbicos de madeira nativa amazônica, sem possuir sequer uma floresta com potencial madeireiro em seus limites (havia apenas matas secundárias e pastos degradados). O dono da fazenda beneficiada pela ilegalidade foi multado em R$ 80 milhões, pela venda fictícia da madeira e por inserir informações falsas no sistema de controle ambiental.

Mesmo sem madeira para manejar, a Rio Tigre movimentou cerca de 6,5 mil m3 de toras (aproximadamente 250 caminhões cheios) em créditos fictícios no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora) – que controla a compra e venda de madeira no Pará. De acordo com o Ibama em Marabá, o plano de manejo fraudulento serviu para colocar no mercado, como se fosse legal, milhares de metros cúbicos de madeira de desmatamento a partir do sul e sudeste do estado.

Nelson Feitosa, Ascom/Ibama/PA

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

EM POUCAS LINHAS - O Liberal do Pará


Verdade? mentira? fofoca ? notícia plantada? - Você avalie. 

Falta do que falar.
Os petistas continuam discutindo vaga.
O Basa, se o PT fizer a indicação, ficará
com Edilson Rodrigues.

�� O ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
pode dar ao irmão da prefeita de
Santarém, Carlos Martins, a direção da
Funasa aqui no Estado.

�� O Estado negocia seus débitos com empresas
de telefonia celular. Semana passada,
quase a internet era cortada.

�� Especialistas acreditam que os laudos
periciais sobre a queda da torre da Três de
Maio, tanto os particulares como o oficial,
só ficarão prontos quase no final do ano.

�� As entidades da construção civil ainda
não decidiram sobre a contratação de um
perito de fora para analisar os motivos do
desabamento.

�� Foi sepultado, ontem, em Soure, o corpo
do fiscal de rendas do Estado, David
Paulo, falecido em Belém aos 96 anos.
David tinha na memória toda a história
do município.

�� O Evandro Chagas teme que possa ter
ocorrido em Belém o primeiro caso do tipo
de dengue 4, que está sendo pesquisado e
que só havia sido registrado em Manaus e
Santarém Novo.
�� Um grande grupo do Pará acompanhou
a sessão do STJ que escolheu a lista tríplice
na qual está incluído o nome do advogado
paraense Reinaldo Silveira.

�� A Capaf foi novamente ao mercado vender
parte de sua carteira de empréstimos,
estimada em R$ 11 milhões, para pagar
alguns benefícios aos seus associados.

�� A operação está sendo feita com um deságio
alto, o que significa prejuízo para a
entidade, uma vez que os empréstimos
vencem daqui a 10 anos.

�� A TAP voltou a falar em fazer um voo
para a região e estaria escolhendo entre
Manaus e Belém. O pessoal do turismo
daqui ainda não sabe de nada.

�� Pelo fio, Ana Júlia diz que não vai renunciar
à pensão que passa a receber como
ex- governadora e que está dentro da lei.

É está !!

�� Diz ela que foi vereadora, senadora e governadora
e não se serviu do dinheiro público.
“Saí do governo como entrei”, declara.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Tablets devem integrar programa Computador para Todos, diz Bernardo



BRASÍLIA – O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou hoje que os computadores portáteis com tela sensível ao toque, conhecidos internacionalmente por tablets, podem ser incluídos no Computador para Todos, programa federal que prevê a isenção fiscal de PIS/Cofins e linhas de financiamento para a aquisição de equipamentos de informática.

“Vendemos 14 milhões de computadores no ano passado. Agora, vamos ver se incluímos o tablet no programa”, disse Bernardo ao participar do programa de rádio “Bom dia, Ministro”.

JJá nas primeiras semanas de governo, o ministro afirmou que recebeu recomendações da presidente da República, Dilma Rousseff, para estudar medidas para popularizar o uso do equipamento no país. Este tema, segundo ele, será discutido hoje à tarde com o presidente da Associação brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato.

Outra alternativa a ser avaliada pelo governo é incluir o tablet na lista de equipamentos beneficiados pelos incentivos fiscais da medida provisória 517. Durante a entrevista, o ministro afirmou que já vem mantendo contato com os próprios fabricantes para buscar meios de redução do preço dos tablets.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Com alta nas exportações, Brasil precisa inovar mais, avalia MDIC



     Com alta no volume exportado no primeiro mês deste ano, o Brasil precisa investir mais em inovação para ampliar sua participação no mercado internacional. A avaliação é do secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira.

     O volume exportado alcançou a casa dos US$ 15,2 bilhões e a meta do ministério é exportar, em 2011, US$ 228 bilhões em produtos. “Inovação é a única solução para continuarmos aumentando as exportações”, afirmou Teixeira na última terça-feira (1º).

     Os dados da balança comercial mostram que o país também conseguiu diversificar a pauta de exportação, o que demonstra que o Brasil tem agregado valor às commodities produzidas em solo brasileiro, principalmente nos setores de autopeças, motores, máquinas de terraplanagem e perfuração.

     (Com informações da Agência Brasil)


Cinco secretários do MCT tomam posse em Brasília



     O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, empossou ontem (2) três novos titulares para áreas estratégicas do órgão, além de reconduzir dois secretários. A cerimônia foi realizada em Brasília (DF), no auditório do ministério.

     Passaram a fazer parte do MCT, Carlos Nobre, na chefia da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento; Marco Antonio Oliveira, na pasta de Inclusão Social; e Virgílio Almeida, que assumiu o setor de Política de Informática. Foram reconduzidos Luiz Antonio Elias, que permanece como secretário executivo e Ronaldo Mota, à frente da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação desde 2009.

     Marco Antonio de Oliveira é graduado em ciências políticas e sociais pela Escola de Sociologia em Políticas de São Paulo e doutor em ciências econômicas na área de política social pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas. No governo do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, Oliveira foi presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

     Já Virgílio Almeida é professor do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Ciências Exatas (ICEx) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Graduado em engenharia elétrica pela UFMG, tem mestrado em ciência da computação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e doutorado em ciência da computação pela Vanderbilt University, nos Estados Unidos. Membro da Academia Brasileira de Ciências, Almeida atuou no Conselho Deliberativo do CNPq e já foi engenheiro de Sistemas da Petrobras.

     Nobre é formado em engenharia eletrônica pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Considerado um dos maiores especialistas mundiais em mudanças climáticas, ele integra o Comitê Científico do International Geosphere-Biosphere Programme (IGBP).

     O meteorologista ainda coordena o programa de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Rede-Clima do MCT. Carlos Nobre é autor e co-autor de mais de 130 publicações, entre artigos científicos e livros, que já foram citados mais de quatro mil vezes na literatura científica.

     Ronaldo Mota é professor titular de física da Universidade Federal de Santa Maria e pesquisador do CNPq. Atualmente preside os comitês gestores dos fundos setoriais de energia e mineral. É bacharel em física pela Universidade de São Paulo, mestre pela Universidade Federal da Bahia e doutor pela Universidade Federal de Pernambuco.

     Luiz Elias é economista e pesquisador do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) na área de transferência de tecnologia e coordenador dos comitês gestores dos fundos setoriais. É presidente do conselho de administração da Finep e do comitê gestor do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec).

     “A indicação dessa equipe, que o currículo fala por si mesmo, mostra que esse ministério está acima de qualquer disputa partidária e terá o papel de pensar em políticas permanentes para a sociedade brasileira”, destacou Mercadante.

     Ainda durante o evento, o ministro antecipou que está montando uma equipe para aprofundar um estudo sobre política internacional para ciência e tecnologia, sob a responsabilidade do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Farão parte do grupo, por exemplo, o ex-presidente da Finep, Luis Fernandes; e o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

     Informações sobre o MCT podem ser obtidas no site  www.mct.gov.br





MCT criará soluções para inclusão produtiva dos beneficiários do Bolsa Família

     O novo secretário de Inclusão Social do MCT, Marco Antonio de Oliveira, anunciou nesta quarta-feira (2), em Brasília (DF), que uma das prioridades da pasta será oferecer alternativas sustentáveis para a inclusão produtiva dos beneficiários do Bolsa Família, programa que tem hoje mais de 13 milhões de famílias cadastradas.

     De acordo com ele, o MCT já propôs ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) a integração de programas nas áreas de qualificação profissional, inclusão digital e apoio ao empreendedorismo e a tecnologias sociais. Uma das soluções apresentadas é a utilização da rede de centros vocacionais tecnológicos (CVTs) para ofertar cursos de qualificação profissional para esses cidadãos.

     “A secretaria estará sintonizada com a prioridade do governo federal de erradicar a extrema pobreza. E isso vai exigir um esforço governamental, de articulação e integração de programas de inclusão social, otimizando assim recursos, equipes técnicas e estruturas”, destacou na cerimônia de posse realizada no MCT.

     De acordo o ministro Aloizio Mercadante, os cursos priorizarão, inicialmente, as profissões de acesso rápido ao mercado de trabalho, como a construção civil. Para tanto será necessário promover melhorias nos serviços prestados hoje pelos centros vocacionais tecnológicos. “Nossos CVTs e todo esse conjunto de políticas voltadas para a inclusão social precisam dar um salto extraordinário em termos de qualidade”, avaliou.

     Oliveira destacou, também, que será necessário integrar e definir um padrão básico para os serviços prestados pelos centros vocacionais e pelo programa Casa Brasil, por meio de um novo arranjo vocacional em parceria com os institutos federais de educação (IFEs). “Trata-se de fazer dessa rede a porta de acesso das comunidades locais às políticas de inclusão implementadas pelo MCT e outros ministérios”, disse.

     Para o êxito dessa iniciativa, o chefe da Secretaria de Inclusão Social (Secis) lembrou que além das parcerias governamentais, será preciso uma articulação forte com entes privados, “incluindo parcerias com empresas do setor tecnológico que estejam dispostas a participar de programas de qualificação profissional, nos setores que demandam mão-de-obra especializada”.

     Inovação
     A Secis também priorizará ações que levem a inovação para os micros e pequenos empreendimentos, numa parceria articulada com a Finep e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae). “Nós precisamos olhar para essa multidão com soluções para a inovação”, disse Mercadante

Os Chineses estão aí


BRASÍLIA – A concorrência com produtos chineses no mercado interno afeta uma em cada quatro indústrias brasileiras. Entre as  empresas exportadoras, 67% alegam perder mercado para os chineses no exterior. Mas entre os importadores, 32% querem ampliar compras de matérias-primas da China, revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Sondagem especial da CNI, realizada com 1.529 empresas grandes, médias e pequenas, entre 4 e 19 de outubro de 2010, fez uma apanhado da “sensação” dos empresários em relação à concorrência chinesa. Em 2006, a CNI havia feito pesquisa semelhante, mas as perguntas foram alteradas.

As empresas apontaram que intensificou-se a concorrência com produtos chineses, manufaturados, tanto no mercado brasileiro como no mercado internacional.
Cerca de 52% das exportadoras competem com chineses no exterior. Quase metade ou 45% dessas exportadoras perderam mercado doméstico.  No exterior, 67% perderam clientes, e 4% deixaram de exportar, frente à ofensiva chinesa.

“A gente não pergunta se a maior concorrência é na qualidade ou no preço. Mas sabemos que a taxa de câmbio local em queda, favorece preços menores e o aumento da importação desses produtos. A diferença cambial e os custos de produção são elementos fortes, porque a mão de obra, os encargos e o custo do capital, com juros mais baixos que os nossos, levam as empresas brasileiras a ficar em desvantagem”, avaliou o economista da CNI, Flávio Castelo Branco. 

No mercado interno, a presença chinesa é mais forte em seis setores: material eletrônico e de comunicação; têxtil; equipamentos hospitalares; calçados, máquinas e equipamentos e indústrias diversas.
Na mão inversa, uma em cada cinco empresas brasileiras importou insumos da China em 2010, o  dobro da proporção em relação a 2006. Cerca de 32% desses importadores querem ampliar as compras de matérias-primas chinesas e 10% das grandes empresas brasileiras já montaram plantas industriais em solo chinês (veículos, máquinas e equipamentos e materiais elétricos e eletrônicos, principalmente).

Para defender-se do avanço dos produtos chineses, metade das indústrias brasileiras já traçou estratégia para enfrentar a competição. A linha básica desses planos foca o aumento do investimento em qualidade e no design dos produtos.

”Temos que fazer com que a economia brasileira seja tão atrativa ou mais atrativa que a China, para que as nossas empresas deixem de ir para lá, com melhor a infraestrutura, sistema tributário que reduza o custo investimento e não tribute a exportação, custo de capital  menor, enfim, uma agenda de competitividade de longo prazo, que pouco andou nos últimos quatro anos e se agravou com a valorização do câmbio”, concluiu Castelo Branco.
Ao ser lembrado que a China tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil, suplantando os Estados Unidos em 2010, o economista destacou que "para a indústria de transformação, essa situação está mais negativa do que positiva."

(Azelma Rodrigues | Valor)