quinta-feira, 4 de março de 2010

Economia - O problema dos juros no Brasil. A política monetária a MÃE de todas as políticas


04/03/2010

Juro real no país é o mais alto do mundo

 A grande vilá daalta política de juros no Brasil é, sem dúvida a subordinação da política fiscal à política monetária no Brasil. Veja um pequeno mapa sobre indicadores de juros no Brasil e outros países.


Às vésperas do início de mais um ciclo de alta do juro básico pelo Banco Central - o quarto do governo Lula -, a taxa real brasileira voltou a ser a maior do mundo. A taxa projetada para 12 meses está em 6% e, de acordo com ranking da consultoria UP Trend, ela supera a da Indonésia, de 3,6%, e da China, de 3,3%. As indicações são de que o BC pode elevar aos poucos a Selic, dos atuais 8,75% para 11,25% até o fim do ano. Isso dá um juro real de 6,46% - ainda alto, mas bem distante das taxas históricas, como a média de 10% praticada entre 1999 e 2007.

Juro real sobe no 4º aperto de Lula 
Luiz Sérgio Guimarães, de São Paulo
04/03/2010
Já não se fazem mais apertos monetários como antigamente. Às vésperas do início de mais um ciclo de alta do juro básico pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central - o quarto do governo Lula -, a taxa real projetada para 12 meses está em 6%. Mesmo antes da elevação da Selic, congelada em 8,75% desde julho do ano passado, já é o maior juro real do mundo. De acordo com ranking da consultoria UP Trend, está à frente dos pagos pela Indonésia, de 3,6%, e pela China, de 3,3%. Mesmo assim, de acordo com estudos de bancos e consultorias, ainda é insuficiente para debelar as pressões inflacionárias. 

Para estas instituições, o juro real de equilíbrio (o que consegue emparelhar a velocidade de crescimento da economia com o seu potencial não-inflacionário de expansão) deve ser de 7% a 8%. Não chegará lá. As indicações são de que o BC pode elevar gradualmente a Selic dos atuais 8,75% para 11,25% até o fim do ano. Comparativamente à meta de inflação de 4,5%, isso dá um juro real de 6,46%. Trata-se de taxa que faz ter saudade do recorde de baixa do juro real, os 4,62% do dia 17 de julho de 2009. Mas está bem distante das taxas "históricas". No quadriênio de 95 a 98, a Selic real média foi de 22%. E entre 99 e 2007, de 10%.
O mercado não tem certeza se o início da série de altas da Selic ocorrerá agora em março - o próximo Copom está marcado para o dia 17 - ou só em abril. Mas este quarto e último aperto do governo Lula pode até ser menor que os dois anteriores. O primeiro foi o menos intenso, de apenas um ponto, com a Selic subindo de 25,5% para 26,5%. Foi desfechado logo no começo da era Lula para sufocar resquício de desconfiança externa. O segundo, entre 2004 e 2005, já foi de 3,75 pontos, com a taxa avançando de 16% para 19,75%. E o terceiro, em 2008, com a Selic subindo de 11,25% para 13,75%, somou 2,5 pontos. Note-se que nominalmente a Selic sempre está mais baixa no início de cada novo ciclo de aperto. O de 2010 pode ser também de 2,5 pontos se a Selic chegar a 11,25%. Há um consenso no mercado de que poderia ser bem menos. Embora o Brasil exiba hoje notável capacidade de crescimento autossustentável, ainda não conseguiu acabar com todas as heranças inflacionárias. 

Após a consolidação da estabilidade de preços e o abandono da âncora cambial, esperava-se que a Selic pudesse ser reduzida de forma a aproximar-se das taxas praticadas no resto do mundo. "Isso não aconteceu, a despeito da expressiva inflexão da política fiscal, com o cumprimento de metas de superávit primário de cerca de 4% do PIB, verificada a partir de 1999", diz o economista André Modenesi, pesquisador do Ipea. No seu entender, a política monetária brasileira ainda constitui uma "anormalidade". Apesar de o país praticar uma taxa de juros superior àquelas empregadas por seus pares latino-americanos, a inflação no Brasil tem permanecido em patamares relativamente elevados.
O debate sobre as causas da manutenção dos juros em patamares elevados é inesgotável. 

E irreconciliável, dependendo da corrente de pensamento que discuta o tema. Modenesi, economista da ala desenvolvimentista, levanta cinco explicações para a ocorrência desse fenômeno: 1) a reduzida eficácia da política monetária (há graves problemas no mecanismo de transmissão da política monetária); 2) a convenção a favor do conservadorismo na política monetária; 3) a chamada hipótese Bresser-Nakano; 4) a fragilidade das contas públicas inibe o pagamento de juros baixos pois os títulos federais não teriam demanda; e 5) a incerteza jurisdicional decorrente da existência de um viés anticredor.

Pará - Quanto ganha um deputado? e um professor e um médico?



QUANTO GANHA UM DEPUTADO. Eo que ele faz?. Para ocupar um cargo na Assembléia Legislativa não precisa saber ler corretamente, sem deve assinar e ter alguma habilidade para se expressar, também, não precisa ser um grande orador, se assim for, não será por acaso, sua capacidade estará sustentada em estudos e muita leitura. Quantos projetos de leis elaboram os deputados na Assembléia legislativa? Nem sei, mas não devem ser muitos e a maioria não representam contribuições expressivas ao desenvolvimento do Estado ou do seu distrito.

Confira: é nome de praça pública, homenagem a políticos, a alguma personalidade, supostamente, conhecida, nome de rua. Projetos salariais para suas bases eleitorais, que nunca, são aprovados, alguma outra vantagem, que em nada muda a qualidade de vida da população.

Na realidade, a maioria dos projetos de lei são originados no poder executivo, o legislativo é inexpressivo e está ao serviço do governo de turno. O executivo é quem tem a caneta e a força para transformar projetos de lei em realidades.

Veja o salário dos nossos deputadosparaenses: 

Salário – R$ 12 mil.
Verba de Gabinete para gastos com transporte, alimentação, consultoria, entre outros - R$ 15 mil.
Auxílio moradia - R$ 1,8 mil
Auxílio Transporte - R$ 4,7 mil.
Contratação de assessores - R$ 45 mil.


Fonte: Diário do Pará

Para concluir a conversa. Quanto ganha um professor que conta com graduação, mestrado e doutorado? Com realização de trabalhos em pesquisas aulas, publicações em livros, revistas e, sobre todo aulas. R$ 8,0 mil, se for da mais alta titulação dentro da universidade (salário aproximado).

Pará - Aniversários dos candidatos

Recentemente o Professor Cardoso, assim chamado pelos amigos e colaboradores, celebrou mais um aniversário, parabens, por um ano mais de vida e muita saúde ao Professor. Todo mundo gosta de celebrar, e com festa, eu também. Entretanto, um detalhe que percebi nesse aniverssário a exagerada referência ao vinho, cerveja, comida, churrascos, e a quantidade de eventos em torno do aniversários do referido professor. Preste atenção só " A partir daí foi uma longa jornada de comemorações que envolveu minha família no Mosqueiro, com a militância guerreira da última campanha para a prefeitura de Belém que aconteceu no BOLERO, em seguida, a chamada festança na Estação das Docas (na qual estamos divulgando algumas imagens) encerrando com o almoço/churrasco dos companheiros do Setorial de Tecnologia". Quem quera maiores informações sobre festas, comidas, churrascos é só acessar o Blog dos amigos do Professor Cardoso (feito por uma equipe de produção e também por amigos) Aqui

quarta-feira, 3 de março de 2010

Chile - Terremoto. Agora com o apoio da população


Chile - A quatro dias do terremoto ainda existem réplicas e ameaças de Tsunamis


Veja informações no Jornal "El Mercurio" Aqui

Pará - UFPA Recebe elogios da SESU - MEC



A SESU e o elogio à UFPA O Pró-Reitor Eric foi o encarregado de trazer o elogio por escrito da Secretária de Educação Superior do MEC ao Reitor da UFPA pelo excelente desempenho na execução orçamentária durante o ano de 2009.

Bilhetim

Chile - Terremoto no Chile causa atrito entre políticos e militares chilenos


Rodrigo Bertolotto 
Enviado especial do UOL 
Notícias Em Santiago (Chile)


A Marinha chilena é apontada como a responsável por não alertar sobre o perigo do tsumani que varreu a costa chilena após os tremores que abalaram o Chile na madrugada do último sábado (27). A Aeronáutica se queixou que recebeu muito tarde a ordem de mobilização para o socorro dos atingidos. O presidente eleito do Chile, Sebastián Piñera, quer mais soldados do Exército nas ruas e em mais lugares. E a presidente em fim de mandato, Michelle Bachelet, recebe apoio do colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para não ver a popularidade despencar.


O terremoto também mexeu muito com a política chilena, a nove dias da posse do novo governo, o primeiro de direita desde a saída do poder do ditador Augusto Pinochet, em 1990.

Sebastián Piñera acabou com 20 anos de governo da coalizão entre socialistas e democratas-cristãos e vem falando que foi ideia dele o toque de recolher nas áreas afetadas para evitar os saques e a violência. Ele ainda afirma que vai estender a medida para regiões como Santiago, que registra distúrbios em várias áreas da periferia norte.

Acompanhe a matéria completa com o Epicentro, REgiões mais afetadas, Réplicas e Histórico de terremotos Aqui

terça-feira, 2 de março de 2010

Chile - Informações de fonte direta sobre o terremoto

Para obter informações diretas do terremoto acesse link on line PLANETFOOLS Aqui









Chile - Terrremoto alterou o eixo da terra


Dentre as inumeráveis conseqüências que se podem contar a partir do terremoto grau 8.8 que afeito a Chile há uma que poucas pessoas podem haver considerado: Os dias agora são mais curtos e o planeta completo mudou a direção na qual se inclina. O experto geofísico da NASA, Richard Gross, contou á empresa de informação Bloomberg que "O cumprimento do dia deveria haver se encurtado em torno aos 1.26 microssegundos".
Ademais, "o eixo sob o que a Terra se balança deve ter-se deslocado em torno de 8 centímetros", afirmou. Si bem estes valores podem parecer mínimos, a somatória de distintos fenômenos terrestres ao longo das décadas vão modificando mais significativamente a maneira em que o planeta atua. David Kerridge, chefe de Perigos Terrestres e sistemas no Estudo Geológico Britânico, explicou à mesma publicação que o fenômeno sucede pela modificação da massa em um ponto da terra, as placas tectônicas mobilizam uma massa extraordinária ainda movimentando-se poucos centímetros.

"É o que se chama o efeito do patinador em gelo", indicou Kerridge, "ao igual que a velocidade em que um patinador gira aumenta quando acerca seus braços ao corpo, a terra acelera mais rápido ao modificar-se sua massa".

Leia a matéria completa na edição de hoje 02/03/2010 do Business Week Aqui

segunda-feira, 1 de março de 2010

Oficial - Chile sim precisa ajuda internacional. Os danhos são maiores dos declarados oficialmente. Os mortos alcançam a mais de 1.500.

Chile solicita, oficialmente, ajuda internacional: ONU Prepara Ajuda

Foram absurdas, ridículas e muito arrogantes as declarações do Emabaixador Chileno em Brasília, no sentido que Chile não necessitaria ajuda humanitária internacional, porque "Chile sabe lidar com esses desastres".

Chile sim precisará ajuda internacional. Remédios é o mais importante, alimentos não perecíveis, Hospitais e tendas de campanha, equipamento para comunicação e recuperação de energia eléctrica, Banheiros químicos, cozinhas portáteis.

Veja informações do Jornal matinal "La Segunda".

GINEBRA.— Naciones Unidas informó el lunes que apresurará la entrega de ayuda a Chile luego que el gobierno chileno solicitó asistencia internacional para recuperarse del fuerte terremoto del sábado.

La portavoz de la ONU para asistencia humanitaria, Elisabeth Byrs, dijo que Chile presentó oficialmente su solicitud el lunes, dos días después de un sismo de magnitud 8,8 cuyo epicentro se ubicó a unos 325 kilómetros (200 millas) al sur de la capital, Santiago, y que mató a más de 700 personas.

Byrs dijo a la AP que el organismo mundial estaba ahora “listo para tomar acción”. Antes de la solicitud, los grupos de ayuda internacionales habían enviado a Chile algunos fondos y expertos, pero su acción estaba limitada, pues las autoridades chilenas estaban muy ocupadas evaluando la destrucción causada por el terremoto y las necesidades de más de dos millones de damnificados.

Previamente, grupos internacionales de asistencia humanitaria dijeron que están enviando fondos y equipos de expertos para ayudar a las tareas de recuperación en Chile tras el terremoto, pero aseguraron el lunes que las operaciones son muy diferentes de las encaradas en Haití, pues es el gobierno chileno el que conduce las operaciones. La Cruz Roja dijo que hay voluntarios brindando primeros auxilios en las zonas devastadas por el sismo de magnitud 8,8 y que está solicitando donaciones de dinero dentro de Chile para ayudar a los más de dos millones de afectados.

Veja matéria completa no jornal matinal, "La Segunda" em espanhol Aqui

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Chile - Terremoto, o maior dos últimos 60 anos

As cidades mais afetadas, Concepción e Talcahuano. às 20h00 deste sabado 27 de fevereiro uma nova onda entrou na cidade de Talcahuano e destroi grande parte do centro.

Um verdadeiro maremoto que hoje é conhecido como tsunami nos dias atuais.

Os problemas de comunicação são maiores e crescem já que a telefonia celular não consigue restabelecer as comunicações.

A televisão que funciona é a de Santiago e que conta com reporteiros que apenas pela parte da tarde e noite deste sabado estão chegando a Concepción.

Entre neste endereço para acessar diretamente a televisão por meio de internet.

Aqui

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Política - Pará - Antes de assumir novo Chefe da Casa Civil ameaça em renunciar




Casa Civil abre crise entre PT e Governo do Estado

Pressionada pelo PT, após um dia marcado por mais uma crise interna, com a decisão do novo chefe da Casa Civil, Everaldo Martins (que assumirá o cargo na próxima segunda-feira), de renunciar em protesto contra o esvaziamento da pasta, a governadora Ana Júlia Carepa recuou.


Anunciou que publicará no Diário Oficial de hoje a revogação do decreto publicado ontem tirando da Casa Civil poderes para a contratação de servidores do Grupo de Direção e Assessoramento Superior, os famosos DAS, e também de comissionados que não fazem parte desse grupo.


Em nota distribuída por e-mail, pela Secretaria de Comunicação, às 22h11 de ontem, a governadora explicou que “a decisão foi motivada pelas especulações de que o decreto esvaziava o papel do novo chefe”. Na mesma nota, a governadora anuncia que, após a posse, será criada uma comissão formada por servidores da Secretaria de Governo (Segov) e da Casa Civil para estudar “a melhor forma e o melhor momento de efetivar a mudança administrativa, a fim de reduzir o peso burocrático” da pasta a ser comandada por Martins.


A gota d’água para a mudança de rumo teria sido uma mensagem enviada à tarde, via celular, por Martins para a governadora comunicando que não assumiria o cargo na segunda-feira. Outro ponto de pressão foi a ameaça de que a irmã de Everaldo, a prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins, poderia bater chapa com Ana Júlia na convenção do partido onde serão referendadas as candidaturas às eleições de outubro deste ano.


No decreto que gerou perplexidade em petistas de todas as tendências e patentes, a governadora passava para a Secretaria de Governo - comandada por Edilson Rodrigues - os poderes para nomear e exonerar dentro da administração direta do governo cargos em DAS e também as prerrogativas de assinar exonerações. Fontes consultadas pelo


DIÁRIO explicaram que o decreto seria um golpe de misericórdia na já combalida Casa Civil. Seria a primeira vez na história recente do Estado que os poderes para essas contratações e exonerações ficariam com outra secretaria.


O decreto era o ápice de uma série de mudanças que tiveram início logo após o anúncio de que Cláudio Puty seria substituído por Everaldo Martins na Casa Civil. No dia 3 de fevereiro, Puty assinou portaria transferindo a responsabilidade por “deslocamento de aeronaves” para o secretário particular da governadora, Paulo Cunha. Foi o começo da operação de esvaziamento da pasta que perdeu também a gestão do Programa Pró-Jovem, considerada a principal plataforma de Cláudio Puty em sua campanha rumo à Câmara Federal.


O programa que atende jovens de 18 a 29 anos oferece bolsas de 100 reais, para que eles concluam o ensino fundamental e permite que façam também cursos profissionalizantes. Já atendeu cerca de oito mil pessoas e passará agora a ser gerido pela Secretaria de Desenvolvimento Social, que tem como titular Eutália Barbosa.


AVISO


As bancadas federal e estadual e a direção do PT não foram consultadas sobre a mudança e sequer receberam aviso prévio. Nem mesmo Martins foi comunicado. O deputado federal Paulo Rocha, por exemplo, só ficou sabendo da novidade no final da tarde ao se encontrar com o presidente do PT, João Batista.


Everaldo Martins tomou conhecimento do decreto pela mulher, a secretária de Pesca, Socorro Pena, que havia recebido telefonemas de amigos com a informação. Coube ao secretário de Governo, Edilson Rodrigues, fazer o comunicado oficial ao novo chefe da Casa Civil, o que ocorreu durante um encontro por volta das 14h (o Diário Oficial circula pela manhã). Rodrigues explicou as razões para a troca e afirmou que a conversa tinha sido “bastante cordial”.


Everaldo Martins não falou com a imprensa, mas para amigos disse ter ficado “P” com a decisão e, após analisar o decreto, resolveu renunciar ao cargo, o que foi comunicado na mensagem por celular que levou ao recuo da governadora.


Durante a tarde de ontem, quando o decreto ainda estava em vigor, petistas ouvidos pela reportagem disseram estar “perplexos” e “desconfortáveis” com a decisão de Ana Júlia. No início da noite, o assunto foi tema de uma reunião na sede do PT, no centro de Belém. O encontro reuniu os deputados federais Paulo Rocha, Zé Geraldo e Beto Faro com o presidente do diretório estadual da legenda, João Batista.


Depois de quase uma hora e meia a portas fechadas, nenhum dos deputados aceitou dar entrevistas. A ordem era não potencializar a crise e avaliar nas horas seguintes que medidas poderiam ser tomadas. Batista ainda chegou a afirmar ao DIÁRIO que as questões administrativas da Casa Civil não estavam no rol de preocupações dos petistas e que o importante era “o poder político do novo chefe da Casa Civil”.


Determinação foi considerada desastrosa


Internamente, contudo, parlamentares e lideranças da legenda que não têm cargo eletivo não escondiam o descontentamento e classificaram a decisão de “desastrosa”. “Do que os aliados reclamam?


Não é da falta de confiança? Você acha que essa mudança


vai ajudar a reconstruir isso?”, indagou um parlamentar.


A avaliação dos petistas é de que ao esvaziar a Casa Civil, a governadora sinaliza que Everaldo Martins terá a autonomia reduzida, o que dificultará o trabalho dele junto à base aliada e aos partidos que venham a se juntar ao PT nas eleições deste ano, justamente uma das principais missões dele no governo. “Na prática, significa que o Everaldinho será um articulador enfraquecido. Suas promessas ficarão cercadas de desconfiança e isso é ruim para ele, mas muito pior para o governo”, avaliou outro petista.


Responsável pelas contratações caso o decreto continuasse valendo, o secretário de Governo, Edilson Rodrigues, disse que a mudança foi pedida por ele. “A Secretaria de Governo já acompanha a contratação de temporários e deveria estar com essa função (contratação de DAS) há bastante tempo”, disse explicando que à Casa Civil caberia o acompanhamento da contratação de assessores especiais, atendimento de demandas do Gabinete da governadora e as negociações políticas. Informado que a decisão havia causado perplexidade entre petistas de várias tendências, Rodrigues disse que não estava “buscando desconfortos”. “Estamos corrigindo situações”. O atual titular da Casa Civil, Cláudio Puty, não se manifestou sobre a mudança.


SUBSTITUIÇÃO DE CLÁUDIO PUTY


A substituição de Puty por Martins foi fruto de um acordo feito pela governadora Ana Júlia Carepa com as tendências petistas “Unidade na Luta”, comandada pelo deputado federal Paulo Rocha, “Articulação Socialista”, dos deputados estadual Carlos Bordalo, e federal, Beto Faro; além do “PT pra Valer”, que tem entre as lideranças o secretário de Estado de Transporte, Valdir Ganzer, e a deputada estadual Bernadete ten Caten, atual líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa.


O acordo foi fechado após uma crise que teve o auge durante uma reunião de Puty com prefeitos do Sul do Pará - onde fica a base eleitoral da deputada Bernadete - sem que ela tivesse sido avisada. Para inflamar mais os ânimos, a Democracia Socialista, tendência da governadora Ana Júlia, teria incentivado o superintendente do Incra em Marabá, Raimundo Oliveira, a sair candidato a deputado estadual, dividindo a base de ten Caten. Com Puty na Casa Civil, as outras tendências estavam se sentindo alijadas no apoio do governo aos candidatos petistas à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa, enquanto a DS estaria sendo beneficiada, uma vez que o próprio secretário será candidato.

Diário do Pará

Economia - Os BRIC novos motores do crescimento


Novas locomotivas
Por Roberto Rockmann, para o Valor, do Rio
26/02/2010


Ao assistir à queda das torres gêmeas em 11 de setembro de 2001, o economista-chefe do Goldman Sachs, Jim O"Neill, percebeu que o momento simbolizava o início de uma nova era. Um mês após os atentados, sentou-se à mesa de seu escritório em Londres e redigiu um relatório em que criou o acrônimo BRIC, para Brasil, Rússia, Índia e China, destacando que o grupo de quatro países teria crescente papel na economia mundial nas décadas futuras. Logo depois da divulgação do documento, O"Neill voou para palestrar em um evento no Rio de Janeiro, onde ouviu comentários reticentes sobre o futuro dos BRIC e piadas sobre a inserção do Brasil no grupo. Um colega de mesa sussurrou que o Brasil só estaria presente, porque, sem o país, a sigla perderia a sonoridade.


Nove anos depois, a situação mudou. A crise financeira mundial reforçou a importância dos BRIC, que deverão ampliar sua posição como principal motor da economia global, reduzindo o peso da participação dos EUA, cujos consumidores continuam endividados e com baixo poder de compra. Em paralelo, o cenário da economia brasileira melhorou: o país parece ter ingressado em um ciclo de crescimento econômico, podendo avançar acima de 5% ao ano.

"O mundo está se recuperando da grande crise e essa retomada está sendo liderada pelos BRIC, que são o novo motor econômico neste momento, já que é difícil ver o consumidor americano sendo o grande impulsionador do mundo nos próximos 20 anos. Neste ano, o Brasil poderá crescer 6,4%, e as perspectivas futuras são positivas, com mercado interno crescente e no caso de o próximo governo vir a manter a inflação sob controle", afirma O"Neill.

O economista não é voz isolada. Especialistas reunidos no seminário "Uma Agenda para os BRIC", organizado pela prefeitura do Rio de Janeiro e pela PUC-Rio, no início desta semana, apontaram que Brasil, Rússia, Índia e China devem ampliar seu papel na economia global e manter a trajetória de crescimento mais acelerado. "Vivemos um momento histórico. A tendência é de que as previsões podem se confirmar com esse grupo de quatro países se tornando mais uma importante turbina para o mundo, com diversas oportunidades à vista", afirmou o economista Armínio Fraga, da Gávea Investimentos, ex-presidente do Banco Central (BC) e atual presidente do Conselho de Administração da BMF Bovespa.

Estudo do Goldman Sachs aponta que, em 2050, a economia dos BRIC movimentaria US$ 120 trilhões, três vezes mais que os EUA, segundo colocado no ranking. A China responderia por US$ 70 trilhões e seria a maior locomotiva econômica. A Índia viria em terceiro, as cinco mais ricas nações europeias estariam na quarta posição e, em quinto lugar, estaria o Brasil. "Produtividade e crescimento do mercado interno são pontos chaves desta equação", destacou O"Neill.

A principal força por trás das novas locomotivas são seus mercados internos em ascensão. Se forem somadas as classes médias dos quatro países, se chegará a cerca de 670 milhões de pessoas, o dobro da população americana. "Essas grandes classes médias são um fenômeno importante", analisou o presidente da consultoria Booz & Co, Shumeet Banerji. A taxa de urbanização na Índia e China está abaixo de 35% da população total - calcula-se que mais de 600 milhões de pessoas desses dois países migrem das zonas rurais para as cidades nos próximos 20 anos, adquirindo novos hábitos e gostos e criando demanda de serviços e bens de infraestrutura a produtos de bens de consumo.

A renda dos quatro países ainda é baixa, quando comparada à dos desenvolvidos. Se nos EUA, a renda per capita supera US$ 40 mil, nos BRIC a realidade é bem diferente. A Rússia tem a maior do grupo, com renda per capita de US$ 10 mil, seguida pelo Brasil, com US$ 8 mil, China, com US$ 4 mil e Índia com US$ 1 mil. Não é por outra razão que grandes multinacionais estão de olho nesses países e ajustando sua estratégia para focar seus negócios nessas nações de maior potencial de crescimento. "Os BRIC hoje estão no foco de montadoras e fabricantes de bens de consumo que querem crescer com vigor", afirma O"Neill.

No caso do Brasil, nos últimos quinze anos, a classe média saltou de 35% para 53% da população total. O aumento do salário mínimo, a maior geração de renda e o controle da inflação iniciado em 1994, com o Plano Real, propiciaram melhoria na redistribuição do rendimento. Os juros ainda continuam elevados, mas nunca estiveram tão baixos, historicamente. Isso incentiva o empreendedorismo. "Mas há grandes desafios a ser superados para que isso seja confirmado", analisou Armínio Fraga.

Infraestrutura deficiente, baixa taxa de investimento em relação ao PIB, juros ainda elevados e escassos recursos voltados à educação são os principais obstáculos na agenda brasileira de crescimento, segundo Fraga. "Investimos menos de 20% do PIB nessas últimas décadas. Se crescermos 5% ao ano, teremos de conviver com problemas de infraestrutura, se não houver pesados investimentos", comentou. No médio e longo prazos, as falhas no sistema de educação são o principal calcanhar de Aquiles do Brasil. Fraga aponta que, com a retomada da economia, já se nota a falta de profissionais qualificados em algumas áreas.

Veja a matéria completa no Site da SAE Aqui